São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2001

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SEGURANÇA

Um dos líderes dos policiais de São Paulo acha que o momento é propício porque a violência será tema da eleição de 2002

PMs do país já se mobilizam por salários

Cesar Augusto/"Folha de Londrina"
Mulheres de policias impedem a troca de turno em batalhões de Londrina, no Paraná; elas fecham também a saída de carros e motos


DA REPORTAGEM LOCAL

DA AGÊNCIA FOLHA

Policiais militares do Distrito Federal atendem apenas as emergências, os do Paraná vaiaram um dos seus comandantes em público durante protesto, e os de São Paulo decidiram ontem cobrar aumento do governo.
São três fatos em dois dias (dominados pela discussão de um apagão), os quais indicam o início de mobilização nacional por melhores salários, como ocorreu em 97: uma série de protestos, como uma reação em cadeia, atingiu 13 Estados, houve confronto nas ruas, e o Exército teve de intervir em algumas capitais.
Além dos PMs do Paraná, de São Paulo e do Distrito Federal, que deram início às reivindicações, policiais do Piauí, Sergipe, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também se articulam. Os de Minas Gerais, onde a greve foi mais intensa há quatro anos, conseguiram aumento parcelado no ano passado -último reajuste deve ser dado em junho.
Representantes de entidades policiais ouvidas pela Folha negam que haja uma coordenação nacional dos movimentos, que estouram simultaneamente. "O momento é propício. Estamos desde 97 sem reajuste [caso de São Paulo" e a segurança será o tema da eleição do ano que vem", afirma o cabo Wilson de Oliveira Morais, deputado estadual pelo PSDB e presidente da Associação de Cabos e Soldados de São Paulo e da associação nacional.
Em São Paulo, o Estado com maior contingente de PMs, cerca de 82 mil policiais, a campanha salarial começou oficialmente ontem, após reunião entre 14 entidades. Hoje, eles se reúnem com o comandante da corporação, o coronel Rui César Mello.
Há uma movimentação paralela, de grupos considerados minoritários, defendendo a greve, que é ilegal pelo regimento da corporação, como forma de pressão.
No Paraná, a mulheres dos policiais estão fazendo piquetes nas portas dos quartéis em protesto.
No Mato Grosso houve ameaça de greve recente, e, no Mato Grosso do Sul, hoje haverá assembléia. Os policiais do Piauí decidem no sábado se cruzam os braços.


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