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BARBARA GANCIA
Schumacacada tem limite!
Chego na lanterninha para
falar do fiasco promovido
pela escuderia Ferrari no Grande
Prêmio da Áustria de domingo
passado. O assunto já está me
saindo pelas orelhas, mas foram
tantos os e-mails exigindo que eu
me manifestasse que é melhor
meter bronca logo, antes que algum aventureiro me acuse de
omissão.
O Rubinho fez bem ou fez mal, o
Schumacher deveria ou não ter
ultrapassado, sobre esses temas
periféricos há controvérsias e elas
vão perdurar.
Mas, sobre o cerne da questão,
ninguém tem dúvidas: a Ferrari
errou feio ao determinar que o piloto brasileiro desse passagem ao
companheiro.
Digo mais: a decisão de Jean
Todt e companhia periga entrar
para a história como a mais eloquente trapalhada de relações
públicas já vista desde que os judeus abriram mão do maior garoto-propaganda de todos os tempos, o nazareno Jesus.
E o que esse Schumacher é rápido no gatilho? Cruzou a linha de
chegada e foi logo acenando para
o público. Mas, antes que alguém
pudesse suspirar "Maranello",
percebeu o clima e tratou de inverter a situação.
Se eu acho que o Barrichello errou? Muito ao contrário. Rubens
não foi conivente. Ele foi a vítima
que soube dar a volta por cima,
deixando a rainha Ferrari nua.
Na situação do brazuca, queria
ver quantos de nós, reles assalariados, teríamos tido a coragem
de peitar ordens vindas de cima.
Ordens, diga-se, de gente do naipe
de Ross Brawn, que teve a petulância de afirmar depois da prova
que, na verdade, "não houve uma
corrida". Ah, é? Queria ver ele dizer isso na cara do piloto da Jordan, Takuma Sato, que por pouco
não morreu na tal corrida que
não existiu.
Mas que tipo de ética se pode esperar de um Jean Todt, que já jogou moedinha no Paris-Dacar
para decidir qual de seus dois carros iria cruzar a linha de chegada
em primeiro? Que tipo de conduta moral podemos exigir de um
Schumacher conhecido por burlar o fisco e comprar briga com
ecologistas?
Muita gente boa comentou o
episódio, mas quem disse tudo foi
o José Nêumanne, em editorial do
"Jornal da Tarde". Veja só: "Ali o
gênero humano se deparou com
mais um sinal da decadência moral irresistível, da chegada ao
ponto fulcral, do qual é preciso retroceder, com urgência, sob pena
de se perder de vez um mínimo
referencial ético que possa subsistir na guerra suja pela sobrevivência e pelo sucesso". Matou a pau, Zé!
QUALQUER NOTA
Homenagem
Bom humor é o que não falta.
Na quarta, durante manifestação de professores na av.
Paulista, um coro entusiasmado cantava sem parar
aquela música de Luiz Gonzaga, que diz: "Ela só quer, só
pensa em namorar".
Bingo!
Foram nove os deputados
que votaram contra o projeto
de lei que acaba com a imunidade parlamentar em relação
aos crimes comuns, aprovado no Congresso por 412 votos. O único paulistano na lista dos contrários é De Velasco, do PSL. E adivinha se o
Eurico Miranda também não
está entre os nove?
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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