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Ministro oferece ajuda das Forças Armadas e da PF
LEILA SUWWAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dois dias depois do atentado
contra a Secretaria de Direitos
Humanos do Rio de Janeiro, o ministro Miguel Reale Júnior (Justiça) colocou à disposição do Estado uma força-tarefa -formada
por Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal e
Forças Armadas- para combater o crime organizado.
Para Reale, a criminalidade no
Rio exige uma colaboração federal. "Esforços isolados de uma polícia são pequenos perto da grandiosidade do crime organizado."
Em junho, o ministério pretende instalar outra força-tarefa contra o crime organizado e o roubo
de cargas em São Paulo, Paraná e
Mato Grosso do Sul, com possível
participação das Forças Armadas.
O ministro disse que a força-tarefa estava sendo planejada antes
do atentado e que sua proposta,
no caso específico, era de uma colaboração do setor de inteligência
da PF responsável por explosivos.
A participação das Forças Armadas no Rio estaria ligada à análise de dados e ao apoio logístico,
além do fato de uma granada de
uso exclusivo militar ter sido usada no atentado. "É preciso comunicação sobre o furto de equipamentos bélicos das Forças Armadas. Esses furtos estão ligados ao
crime organizado", disse Reale.
O ministro disse que não há ingerência nos assuntos do Estado
ao oferecer ajuda de uma força-tarefa. "Não estamos apurando.
Não houve instauração de inquérito pela Polícia Federal."
Reale afirmou que não há indícios de ligações entre facções criminosas do Rio e de São Paulo,
mas essa possibilidade também
justificaria a participação da PF.
O superintendente da PF no
Rio, Marcelo Itagiba, também
propôs ontem a criação no Rio de
uma força-tarefa de combate ao
crime organizado, mas de caráter
permanente, envolvendo as polícias Civil, Militar e Federal e as
Forças Armadas.
Itagiba pediu audiência com a
governadora Benedita da Silva
(PT) para tratar da ação conjunta
e conversou anteontem à noite
com o chefe de Polícia Civil, Zaqueu Teixeira. "As polícias e as
Forças Armadas às vezes se unem
em determinado momento, mas,
depois de finalizada a operação,
isso acaba. Nossa proposta é que
essa união no combate ao crime
organizado seja permanente."
Segundo ele, as Forças Armadas
poderão investigar o tráfico de armas de uso exclusivo militar.
Itagiba comparou ontem a situação da população no Rio à do
Oriente Médio. "Acho que nem
no Oriente Médio você encontra
enfrentamento tão forte como o
que existe hoje no Rio, com grupos atirando pesado uns contra os
outros, enquanto a população civil fica no meio do fogo cruzado."
Para ele, o Estado deve se fazer
mais presente. "Ninguém aguenta mais essa situação de violência.
O principal refém da situação é a
população ordeira, humilde e trabalhadora, que está subjugada
por quadrilhas de marginais."
Colaborou a Sucursal do Rio
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