São Paulo, terça-feira, 17 de maio de 2005

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Eliminados culpam questões e "pegadinhas"

DA REPORTAGEM LOCAL

Na sala de um cursinho preparatório para o exame da OAB ontem, os alunos criticavam a prova e estavam inconformados com o resultado. Reprovada pela terceira vez, Luciana Ortiz considera que o exame teve "muitas pegadinhas" e que a área de direito tributário foi a mais complicada. "As questões não estavam bem formuladas, não foram claras", disse.
Ela se formou em dezembro de 2003 na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo, mas só pode atuar como estagiária porque não passou ainda na prova. "Acho que não é por falta de conhecimento que não passei."
Sua colega de cursinho Aspasia Izabel Anastassopoulos, 27, considerou o exame o mais difícil dos três que prestou. "Há muitas questões [cem] e as perguntas são muito extensas. A prova é maçante", disse ela.

Nível do ensino
O presidente da Associação Paulista dos Estagiários de Direito, Felipe de Andrea Gomes, 27, também não passou na prova. Ele acredita que, em vez de dificultar tanto o exame, a OAB deveria olhar mais para o nível do ensino nas faculdades de direito e ajudar a melhorá-lo. Os alunos também reclamam da necessidade de prestar a primeira fase do exame (que é de conhecimentos gerais) de novo quando não passam na segunda (específica para uma área de atuação).
Na opinião da advogada criminalista e professora de cursinho preparatório no Complexo Judiciário Damásio de Jesus, Elaine Borges Ribeiro dos Santos, o motivo para o alto índice de reprovação é a falta de preparação e conhecimento. "Temos excelentes faculdades de direito no Brasil, mas algumas deixam a desejar", afirmou.
(AFRA BALAZINA)

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