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SEGURANÇA
A exemplo da PM, policiais civis envolvidos em ocorrências com morte passarão por uma espécie de terapia
Polícia civil também passará por psicólogo
ANDRÉ LOZANO
da Reportagem Local
Policiais civis que se envolverem
em ocorrências com morte ou de
alto risco passarão a ter acompanhamento psicológico, a exemplo
do que vem acontecendo com PMs
há quase dois anos.
Em setembro de 1995, a Secretaria da Segurança Pública de São
Paulo instituiu o Proar (Programa
de Acompanhamento de Policiais
Envolvidos em Ocorrências de Alto Risco) exclusivamente para a
Polícia Militar.
Pelo programa, PMs envolvidos
em ocorrência com morte ficam
afastados por seis meses. Segundo
a secretaria, o objetivo da medida
não é a punição, mas garantir estabilidade emocional para o policial.
Na última quarta-feira, a Delegacia Geral de Polícia de São Paulo
publicou no "Diário Oficial do Estado" a portaria número 9, dispondo sobre "medidas de apoio
psicológico aos policiais civis".
O delegado-geral, Luiz Paulo
Braga Braun, disse ontem, por
meio de sua assessoria, que o plano de apoio psicológico de policiais civis está sendo desenvolvido
pela Acadepol (Academia da Polícia Civil) e que o programa não receberá o nome de Proar -o outro
nome ainda não foi definido.
"Os policiais envolvidos em
ocorrência com morte não deverão ser afastados de suas funções,
como ocorre com o programa da
PM. Provavelmente, o policial civil
terá o acompanhamento psicológico, uma espécie de terapia, fora
do horário de seu expediente. O remanejamento de função do policial pode ser sugerido pelos psicólogos", disse o diretor da Academia de Polícia, delegado Tabajara
Novazzi Pinto.
No entanto, a decisão final sobre
a mudança de função do policial
assistido psicologicamente ficará a
critério do delegado-geral, como
informa o parágrafo 3º do artigo 3º
da portaria.
Segundo Pinto, o programa da
Polícia Civil deverá ser implantando nos próximos 15 dias.
'Deus-dará'
"Todo organismo policial deve
ter acompanhamento psicológico.
Não podemos largar os recursos
humanos, no nosso caso, policiais,
ao deus-dará", disse o delegado.
"Mais do que equipamentos policiais, precisamos prestigiar os
homens que executam o trabalho
policial, que é estressante", completou o diretor da Acadepol.
De acordo com o parágrafo 2º da
portaria, o encaminhamento do
policial civil que se envolveu em
ocorrência de alto risco ocorrerá,
"reservadamente", à Acadepol. A
avaliação e decisão do encaminhamento será da Delegacia Geral.
A troca de informações sobre o
"paciente" e seus superiores hierárquicos ocorrerá com "todas as
garantias de absoluto sigilo", como determina o artigo 3º, parágrafo 2º, da portaria.
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