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PM é acusada de obrigar soldado
a preencher abaixo-assinado
da Reportagem Local
O ouvidor da polícia de São Paulo, Benedito Domingos Mariano,
informou ontem à tarde que recebeu na última semana dez denúncias de soldados da PM que afirmam ter sido obrigados a recolher
assinaturas para um abaixo-assinado em prol da corporação.
De acordo com as denúncias,
quem não recolhesse as assinaturas enquanto estivesse fazendo o
policiamento de rua poderia receber punições, entre elas ficar preso
administrativamente.
Segundo os soldados, a coação é
feita por oficiais, entre eles coronéis comandantes de unidades. O
comando da Polícia Militar informou à noite que o abaixo-assinado, que tem por objetivo recolher
mais de um milhão de assinaturas
de pessoas solidárias com a PM,
partiu da associação de sargentos e
subtenentes da PM, e não do quartel-general. Além disso, informou
o comando, ninguém está sendo
obrigado a assinar nada.
"É uma denúncia muito grave",
afirmou Mariano, que encaminhou o caso ao comandante-geral
da PM, coronel Claudionor Lisboa, e ao corregedor da corporação, coronel Ernesto Tasso Júnior.
Nenhum dos dois foi localizado
ontem para comentar o assunto.
O secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, está
acompanhando o caso de perto.
"O secretário também entendeu
que as denúncias são muito graves", disse Mariano.
O ouvidor pediu ontem para os
praças (soldados, cabos e sargentos) que estejam sofrendo coação
entrarem em contato com ele.
"Garanto que ele não será punido
de forma alguma por ter feito a denúncia."
"Se tudo isso for comprovado é
um abuso de autoridade que não
combina com o regime democrático". Para Mariano, todos os oficiais envolvidos, inclusive os coronéis, devem ser afastados.
CRISPIM ALVES)
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