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SEGURANÇA
PM detecta "traços inadequados" para lidar com crianças em policiais que iriam participar do programa
Policiamento escolar começa incompleto
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
O superprograma de policiamento escolar, que, conforme
anunciado pelo comando da Polícia Militar de São Paulo, vai garantir a presença de pelo menos um
policial em cada uma das escolas
estaduais da capital, começa amanhã, mas incompleto.
Problemas detectados durante o
treinamento diminuíram o número de policiais militares com o perfil adequado para lidar com crianças. Com isso, 26 escolas vão ficar
fora do programa por pelo menos
duas semanas.
Quando anunciou a intensificação do Programa de Segurança Escolar, no final do mês passado, o
comandante-geral da PM, coronel
Carlos Alberto de Camargo, havia
afirmado que, a partir do dia 18
deste mês (portanto, amanhã), cada escola estadual da capital (são
967 no total) seria vigiada por pelo
menos um policial.
Segundo o setor de relações públicas do comando, quatro das 967
escolas não quiseram ser incluídas
no programa. Três delas não revelaram o motivo. A quarta fica localizada dentro de uma unidade da
Febem, o que, em tese, dispensaria o policiamento.
Todos os PMs designados para
participar do programa -a grande maioria policiais femininas-
passaram por um rigoroso treinamento. Alguns policiais se inscreveram espontaneamente.
Foi durante esse treinamento
que o comando da PM detectou
que alguns policiais -não foi revelado o total- apresentaram
"traços inadequados" para lidar
com crianças. Também não foi informado que tipo de problemas
esses policiais apresentaram.
"Nem todo policial se enquadra
no policiamento escolar", afirmou o major Antônio Carlos Biagioni, do setor de relações públicas do comando da PM.
Segundo o major, serão necessárias mais duas semanas para treinar outros policiais. Durante esse
período, as 26 escolas prejudicadas serão policiadas pela ronda escolar motorizada.
Quando todas as escolas forem
beneficiadas, o Programa de Segurança Escolar vai contar com um
total de 1.518 policiais. Antes, a segurança nas escolas era feita por
400 policiais femininas.
Das 963 escolas beneficiadas,
555, consideradas as mais críticas,
serão policiadas em período integral por duas PMs. As outras 408
escolas terão um vigilância diferenciada, pelo menos até que haja
policiais femininas em número
suficiente para cobrir toda a rede.
Essas escolas serão policiadas
por apenas um PM ou serão
"adotadas" por grupos de cadetes da Academia do Barro Branco.
"A experiência tem nos mostrado que um dos focos da violência
está nas escolas, onde as crianças
estão sujeitas a dois grandes vilões:
os traficantes e os receptadores.
Por esse motivo, estamos priorizando de forma definitiva a questão da juventude", afirmou o coronel Camargo quando fez o
anúncio do programa.
Segundo ele, os problemas envolvendo a juventude são um dos
principais causadores da violência. Nas 1.389 escolas estaduais da
Grande São Paulo, o policiamento
só será em tempo integral nas mais
críticas. Nas outras, ele será móvel. Gradativamente, o programa
será ampliado para todas as escolas estaduais do Estado.
Camargo chegou a afirmar também que pretende realizar operações especiais nas imediações de
escolas municipais da capital onde
o problema da violência é considerado mais crítico.
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