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TRANSPORTE
Continuidade da paralisação será avaliada em assembléia no final da tarde; rodízio de veículos será suspenso
Metroviários decidem fazer greve hoje
DA REPORTAGEM LOCAL
Os metroviários de São Paulo
confirmaram ontem à noite, em
assembléia na sede do sindicato, a
realização de uma greve a partir
da 0h de hoje para reivindicar um
reajuste salarial de 18,13%. Esse
aumento foi determinado no TRT
(Tribunal Regional do Trabalho)
no final de maio, mas a Companhia do Metropolitano diz não ter
recursos para concedê-lo.
A mobilização deve afetar 2,5
milhões de passageiros. A última
greve da categoria foi realizada
em 2001. Os trabalhadores voltarão a se reunir hoje, às 18h30, para
decidir pela continuidade do movimento amanhã.
A prefeitura decidiu suspender
o rodízio municipal de veículos e
a exigência de cartões do sistema
de zona azul. Mas a proibição de
carros em corredores e faixas exclusivas de ônibus estará mantida. Deverá haver reforço na frota
dos ônibus municipais e intermunicipais para atender algumas estações do Metrô.
O juiz do TRT João Carlos de
Araújo concedeu ontem à tarde
uma liminar, pedida pela diretoria do Metrô, para que os trabalhadores mantenham 100% do
sistema nos horários de pico e
80% no restante do dia, sob pena
de multa de R$ 200 mil. A decisão,
entretanto, não será cumprida.
O diretor de imprensa do sindicato, Manuel Xavier Lemos Filho,
afirmou que manter esse percentual em funcionamento "significaria a mesma coisa que não haver greve". Segundo ele, os trabalhadores, durante assembléia, decidiram não realizar nenhum esquema de emergência hoje.
O Metrô não aceita reduzir funcionários na operação, principalmente nos picos, em razão dos
riscos à segurança dos passageiros. "O perigo de sobrecarga nas
plataformas seria grande porque
as linhas estão no limite", afirmou
Jurandir Fernandes, secretário
dos Transportes Metropolitanos.
Audiência
A assembléia da categoria teve a
participação de 2.000 trabalhadores -do total de 8.000 funcionários do Metrô. A idéia inicial era
definir pela paralisação por tempo indeterminado. Eles decidiram, porém, aguardar uma tentativa de conciliação marcada para
hoje, às 14h30, no TRT.
O presidente do Metrô, Luiz
Carlos Frayze David, esteve ontem em Brasília, acompanhado de
Fernandes, para formalizar um
pedido de efeito suspensivo no
TST (Tribunal Superior do Trabalho) contra a elevação salarial de
18,13% concedida no TRT.
A empresa diz que esse reajuste
de 18,13% representaria uma elevação de R$ 98 milhões nas despesas anuais do Metrô. Com ele,
81% da receita ficaria comprometida com salários -faltando dinheiro para as demais despesas.
Durante as negociações do dissídio coletivo, a companhia fez proposta de elevação salarial de 8%.
O sindicato também contesta a
posição do Metrô de que não há
recursos para pagar esse aumento, já que houve reajuste da tarifa
em janeiro. A passagem do bilhete
unitário, na época, subiu 18,75%
-de R$ 1,60 para R$ 1,90.
"Esse argumento é uma falácia.
Estávamos havia 18 meses sem
reajustar a tarifa. O aumento serviu para bancar os aumentos salariais anteriores dos funcionários",
afirmou Fernandes. O Estado, segundo ele, teve que injetar R$ 101
milhões no Metrô em 2002 para
bancar as gratuidades do sistema.
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