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Policiais são acusados de falsificar habilitações em Ribeirão Preto
ROGÉRIO PAGNAN
KATIUCIA MAGALHÃES
DA FOLHA RIBEIRÃO
Dois policiais civis de Ribeirão
Preto (314 km de São Paulo) foram presos na tarde de ontem pela Corregedoria da Polícia Civil
sob a acusação de participar de
um esquema de falsificação e
adulteração de CNHs (Carteira
Nacional de Habilitação).
Os presos são o investigador Pedro Moretti, que trabalhava na Ciretran (Circunscrição Regional de
Trânsito), e o carcereiro Alexandre Angulo, conhecido como Pirata. O investigador Samuel Sá, da
Dise (Delegacia de Investigações
Sobre Entorpecentes), também
foi detido, mas acabou liberado às
19h40 por não ter sido reconhecido pelas testemunhas.
O caso era investigado havia
três meses pelo delegado seccional de Ribeirão, Benedito Antônio
Valencise. "Recebemos uma denúncia de dentro da Ciretran e começamos a monitorar os suspeitos e ouvir os envolvidos."
Segundo o delegado corregedor
de Ribeirão, Emílio Paschoal, pelo
menos 30 casos de falsificação e
adulteração de CNHs foram identificados. Ele afirma que os policiais cobravam de R$ 600 a R$ 800
por documento. As CNHs eram
vendidas a pessoas que não tinham condições de dirigir, e a
adulteração era feita nos casos em
que os motoristas queriam alterar
suas categorias sem se submeter
aos exames exigidos.
Ameaçados de morte, funcionários, por meio de um programa
computadorizado do Detran, faziam a alteração. Paschoal diz,
ainda segundo as investigações,
que o esquema funcionava desde
setembro do ano passado. O corregedor não descarta a participação de outras pessoas no crime.
Os mandados de prisão temporária foram expedidos pelo juiz
corregedor Luís Augusto Freire
Teotônio e têm duração de cinco
dias. A Folha apurou que os policiais deveriam ser levados ontem
à noite para a cadeia de Dumont.
Por conta das investigações, o
delegado Décio Gonzalez foi
transferido, há 20 dias, da Ciretran. Não foi informado se ele
participava do esquema.
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