São Paulo, sexta-feira, 17 de junho de 2005

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Secretaria confirma 14 mortes em surto de raiva humana no Pará

THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

A Secretaria Estadual de Saúde do Pará confirmou ontem mais duas mortes devido ao surto de raiva humana no município de Augusto Corrêa, no nordeste do Pará. Desde o dia 3, 14 pessoas morreram na cidade após serem mordidas por morcegos hematófagos (que se alimentam de sangue) infectados com o vírus.
O rapaz de 25 anos e a mulher de 50 estavam no Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém. Ela morreu às 20h30 de quarta e ele, às 8h15 de ontem.
Todos os casos confirmados de raiva até agora resultaram em morte. Caso não seja tratada de forma adequada (vacinação e soro) e rápida, pode atingir o sistema nervoso central e matar. Em estágio avançado, não há cura.
No ano passado, os municípios paraenses de Portel e Viseu também tiveram surtos semelhantes. Foram 21 mortes -15 em Portel.
O Ibama (instituto brasileiro do meio ambiente) e o Ministério da Saúde apontam o desmatamento sem controle como a principal causa para o surgimento da doença nos mesmo locais, pois levou o morcego transmissor a se aproximar do homem.
Para o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Expedito Luna, a maior dificuldade é conscientizar a população. "Eles não acreditam, porque sempre foram mordidos e nunca deu em nada."
A Secretaria de Saúde montou 12 postos de atendimento num raio de 20 km para atender a população exposta. Mais de 850 pessoas já foram vacinadas.
Para interromper a transmissão da doença, o órgão também vacinou mais de 1.500 cães e gatos, além de porcos, cabras e bois.
De 1986 até o ano passado, foram registradas 703 mortes por raiva no país (90 delas no Pará). Só no ano passado, foram 30.


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