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Parada Gay tenta manter recorde hoje
Nem Copa nem o feriado prolongado esfriam expectativa de atrair 2 milhões de pessoas para continuar a maior do mundo
Evento está programado
para iniciar na av. Paulista,
às 14h, e seguir para r. da
Consolação; CET vai
interditar o tráfego no local
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da Copa do Mundo e
do feriado, os organizadores da
10ª edição da Parada do Orgulho GLBT estão otimistas e esperam cerca de 2 milhões de
pessoas no evento de hoje. Se o
público for confirmado, a festa
se manterá como a maior parada gay do mundo, superando as
de Toronto (Canadá) e São
Francisco (EUA) -com um milhão de participantes cada.
O evento, que terá mais de 20
trios elétricos, deve começar às
14h e terminar até as 20h, segundo acordo firmado com a
prefeitura. Os carros de som
sairão da avenida Paulista, em
frente ao Masp, e se dirigirão
para a rua da Consolação. "Não
estamos preocupados com o
número de participantes, mas
quanto mais gente, melhor",
afirma o presidente da Associação da Parada do Orgulho
GLBT, Nélson Matias Pereira.
A participação dos estrangeiros, afirma, deve ser menor
neste ano por causa da onda de
ataques do PCC, em maio.
"Houve um certo receio por
conta de quem vinha de fora do
país que pode influenciar na
parada. Quem viu as notícias ficou assustado com a violência e
não planejou a viagem. A propaganda foi muito negativa."
Em 2005, participaram do
evento 2,5 milhões de pessoas,
de acordo com a associação; ou
1,8 milhão, segundo a Polícia
Militar. Desses, 13% eram de
fora do Estado.
A ocupação dos hotéis neste
ano, no entanto, tem se mantido alta. No República Park Hotel, por exemplo, não havia
mais nenhum quarto disponível. Já no Mercure Grand Hotel
São Paulo Ibirapuera, grande
parte dos hóspedes deve chegar
hoje. "Preparamos um pacote
com preços especiais e um tratamento diferenciado", conta
Johannes Bayer, sub-gerente
do hotel. "Todos receberão espumante de boas-vindas e traslado até a avenida Paulista."
Além de menos estrangeiros,
o público poderá ser reduzido
porque a festa está sendo realizada no meio de um feriado e a
previsão do tempo não era nada
favorável ontem.
Cabeleireiros no trabalho
Pereira também sabe que a
transferência da festa do domingo para o sábado pode enfraquecer o número de participantes, mas conta que não teve
outra alternativa. "O domingo é
melhor para todos, mas com o
jogo do Brasil, não dava pra
concorrer. Tivemos de mudar
para o sábado, apesar de ter
muita gente que trabalha."
É o caso dos cabeleireiros. A
maioria trabalha em salões de
beleza, que têm no sábado o
melhor dia de movimento.
"Não consegui dispensa do trabalho porque tem muita cliente
querendo se arrumar para ver a
Copa com o namorado", conta
Osmar, de um salão de Perdizes, zona oeste. "Não vou poder
nem dar uma passada lá porque
a festa vai acabar cedo."
Lúcio, que trabalha no centro, é outro que terá de faltar ao
evento pela primeira vez. "Fui
em todas as edições e adoro o
clima, mas tenho muita cliente
marcada. Não dá para abrir
mão", diz. "Vou torcer para a
festa voltar a ser no domingo no
ano que vem."
Sem ter de se preocupar com
o trabalho, a drag queen Salete
Campari passou a tarde de ontem fazendo os últimos preparativos para a parada. Experimentou sua roupa colorida, foi
comprar fitinhas para o trio
elétrico e garantiu os aparelhos
que soltarão bolinhas de sabão
perfumadas. "Vou lançar o Perfume da Salete. Perto do meu
carro, estará tudo perfumado."
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