São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006

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Parada Gay tenta manter recorde hoje

Nem Copa nem o feriado prolongado esfriam expectativa de atrair 2 milhões de pessoas para continuar a maior do mundo

Evento está programado para iniciar na av. Paulista, às 14h, e seguir para r. da Consolação; CET vai interditar o tráfego no local


DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar da Copa do Mundo e do feriado, os organizadores da 10ª edição da Parada do Orgulho GLBT estão otimistas e esperam cerca de 2 milhões de pessoas no evento de hoje. Se o público for confirmado, a festa se manterá como a maior parada gay do mundo, superando as de Toronto (Canadá) e São Francisco (EUA) -com um milhão de participantes cada.
O evento, que terá mais de 20 trios elétricos, deve começar às 14h e terminar até as 20h, segundo acordo firmado com a prefeitura. Os carros de som sairão da avenida Paulista, em frente ao Masp, e se dirigirão para a rua da Consolação. "Não estamos preocupados com o número de participantes, mas quanto mais gente, melhor", afirma o presidente da Associação da Parada do Orgulho GLBT, Nélson Matias Pereira.
A participação dos estrangeiros, afirma, deve ser menor neste ano por causa da onda de ataques do PCC, em maio. "Houve um certo receio por conta de quem vinha de fora do país que pode influenciar na parada. Quem viu as notícias ficou assustado com a violência e não planejou a viagem. A propaganda foi muito negativa."
Em 2005, participaram do evento 2,5 milhões de pessoas, de acordo com a associação; ou 1,8 milhão, segundo a Polícia Militar. Desses, 13% eram de fora do Estado.
A ocupação dos hotéis neste ano, no entanto, tem se mantido alta. No República Park Hotel, por exemplo, não havia mais nenhum quarto disponível. Já no Mercure Grand Hotel São Paulo Ibirapuera, grande parte dos hóspedes deve chegar hoje. "Preparamos um pacote com preços especiais e um tratamento diferenciado", conta Johannes Bayer, sub-gerente do hotel. "Todos receberão espumante de boas-vindas e traslado até a avenida Paulista."
Além de menos estrangeiros, o público poderá ser reduzido porque a festa está sendo realizada no meio de um feriado e a previsão do tempo não era nada favorável ontem.

Cabeleireiros no trabalho
Pereira também sabe que a transferência da festa do domingo para o sábado pode enfraquecer o número de participantes, mas conta que não teve outra alternativa. "O domingo é melhor para todos, mas com o jogo do Brasil, não dava pra concorrer. Tivemos de mudar para o sábado, apesar de ter muita gente que trabalha."
É o caso dos cabeleireiros. A maioria trabalha em salões de beleza, que têm no sábado o melhor dia de movimento. "Não consegui dispensa do trabalho porque tem muita cliente querendo se arrumar para ver a Copa com o namorado", conta Osmar, de um salão de Perdizes, zona oeste. "Não vou poder nem dar uma passada lá porque a festa vai acabar cedo."
Lúcio, que trabalha no centro, é outro que terá de faltar ao evento pela primeira vez. "Fui em todas as edições e adoro o clima, mas tenho muita cliente marcada. Não dá para abrir mão", diz. "Vou torcer para a festa voltar a ser no domingo no ano que vem."
Sem ter de se preocupar com o trabalho, a drag queen Salete Campari passou a tarde de ontem fazendo os últimos preparativos para a parada. Experimentou sua roupa colorida, foi comprar fitinhas para o trio elétrico e garantiu os aparelhos que soltarão bolinhas de sabão perfumadas. "Vou lançar o Perfume da Salete. Perto do meu carro, estará tudo perfumado."


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