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Cabral afirma que os 11 militares são marginais que não honraram o Exército
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Na Alemanha, em viagem oficial, o governador do Rio, Sérgio Cabral, chamou de "marginais" os militares suspeitos de
ter entregue três jovens do
morro da Providência a traficantes do morro da Mineira.
"A Polícia Civil atuou com
firmeza no caso desses 11 marginais que não honraram a farda do Exército Brasileiro. Eles
estão apenas travestidos com a
farda, portanto devem ser tratados como criminosos", disse.
Para o secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, o caso mostra
que Exército é despreparado
para atuar em policiamento ostensivo. No início do governo,
Cabral defendeu a atuação das
Forças Armadas nas ruas.
"Eu diria, no mínimo, que as
polícias estaduais estão muito
mais preparadas para fazer ostensividade do que as Forças
Armadas", afirmou Beltrame.
"Se a PM tem mazelas e vive esse problema há 200 anos, uma
corporação que começou a fazer isso há pouco tempo, já incorreu num problema desses.
É, no mínimo, um momento
em que se tem de discutir e retomar uma série de conceitos."
Segundo ele, "ações pirotécnicas" não resolvem os problemas da segurança. Beltrame
disse que "é pelas polícias estaduais que passa a segurança pública". Ele mostrou desconforto com a presença de soldados
no morro da Providência.
Estado paralelo
O presidente nacional da
OAB, Cezar Britto, afirmou que
o caso explicita a falência do
poder público nos morros cariocas. "Não bastasse a ausência de Estado e a atuação das
milícias e do crime organizado,
agora temos situações envolvendo o Exército", disse Britto.
"Os militares reconheceram a
autoridade do crime organizado para efetivar o julgamento
dos cidadãos. É o reconhecimento do Estado paralelo."
O advogado Hélio Bicudo,
que na década de 70 ajudou a
desbaratar o Esquadrão da
Morte em São Paulo, o crime
deixa claro que "o Exército
é incompetente para realizar
policiamento".
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