São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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Moradores relatam uso de droga e ameaças

LUISA BELCHIOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO

Toques de recolher, revistas ilegais, tapas e ameaças com arma fazem parte da rotina implantada por militares no morro da Providência desde que o Exército começou a ocupar a favela, disseram moradores à Folha. Eles afirmaram ainda que alguns militares consumiam drogas no alto do morro.
"De uns três meses para cá, eles começaram a colocar toque de recolher", afirma Alex de Oliveira, um dos responsáveis pelas obras do Cimento Social na Providência.
As denúncias dos moradores não foram respondidas pontualmente pelo Exército. O Comando Militar do Leste informou que só se manifestaria por meio de nota, na qual não respondeu diretamente as queixas dos moradores.
Pai de Wellington, um dos três jovens mortos, o estivador William Ferreira, 52, contou que já tinha medo de que algo pudesse acontecer com seu filho por causa das ameaças. Ele afirmou que via militares usando cocaína no alto do morro.
Para simular tiroteios, soldados disparam tiros de locais diferentes do morro, segundo contou a dona-de-casa Angela Maria. "Fica um de um lado e outro de outro disparando. Eles já expulsaram os traficantes, não tem mais que atirar."
"Até roubar eles estão roubando, o que nunca tinha acontecido", disse Nair Araújo Ferreira, avó de Wellington. "Eles fazem igual à polícia. Revistam nossas bolsas, colocam os moradores na parede, olham a mochila de crianças", disse a dona-de-casa Angela Maria, 55.


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