São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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NA CÂMARA
Plenário teve ontem apenas uma votação, inconclusiva, sobre projeto que prevê fechamento de bares à 1h
Governistas esvaziam sessão para não votar

da Reportagem Local

A falta de acordo entre os vereadores da base governista na Câmara impediu que fossem aprovados projetos na sessão de ontem. Dos 14 projetos que estavam na pauta, apenas um foi votado, mas o resultado foi inconclusivo.
Sem acordo para aprovar os projetos, os vereadores governistas abandonaram o plenário. Ficaram na sessão apenas 14 vereadores do PT, PSDB, PC do B, PDT e PSB. Sem o quórum necessário para votação, a sessão foi suspensa.
E novas votações só podem ocorrer a partir de terça-feira, pois na sessão de ontem não foi convocada sessão extraordinária para hoje. As votações ocorrem apenas nas extraordinárias. E as sextas e segundas-feiras não há sessões na Câmara Municipal paulistana.
Desde o fim da CPI da máfia da propina, a Câmara votou projetos apenas na sessão de anteontem. O principal argumento dos governistas para enterrar a CPI é que ela impedia que a Câmara votasse.

Bares fechados
A única votação de ontem foi a de um substitutivo de Aldaíza Sposati (líder do PT) a um projeto do vereador Jooji Hato (PMDB), que prevê o fechamento de todos os bares da cidade à 1h. O motivo alegado por Hato é que a aprovação de seu projeto diminuiria a violência em São Paulo.
Menos radical, o substitutivo de Aldaíza prevê a divisão de todos os bares da cidade em quatro categorias, de acordo com o risco de violência. Dependendo da categoria, o bar terá um horário de funcionamento determinado. Aqueles com menor grau de risco poderão ficar abertos 24 horas.
A classificação dos bares seria feita por comissões montadas nas administrações regionais.
Colocado em votação, o substitutivo de Aldaíza foi rejeitado por 26 vereadores, contra 14 favoráveis. Como são necessários 28 votos (metade mais um dos vereadores) para a proposta ser aprovada ou rejeitada, o substitutivo ficou pendente e será votado de novo.
Como Hato pertence à base governista, que tem pelo menos 30 votos na Casa, o substitutivo de Aldaíza deve ser derrubado. Em seguida, os vereadores devem aprovar o projeto de Hato.

Racha
Após essa votação, a base governista rachou. Vereadores descontentes por não terem projetos na pauta, como Milton Leite (PMDB) e Ivo Morganti (PFL), abandonaram a sessão. Para evitar uma divisão, todos os vereadores governistas deixaram o plenário.
Outros 13 projetos seriam votados. Entre eles estavam o de Paulo Frange (PPB), que prevê a criação de uma loteria municipal, e o de Vital Nolasco (PC do B), que propõe a isenção de impostos aos desempregados. (OTÁVIO CABRAL)


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