São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Discussão interrompe sessão

da Reportagem Local

Uma discussão entre os vereadores Wadih Mutran (PPB) e Dalton Silvano (PSDB) interrompeu a sessão da Câmara por cerca de dez minutos.
Mutran, com o dedo em riste, chegou a partir para cima de Silvano, mas foi contido por José Eduardo Cardozo (PT). Os três vereadores eram membros da CPI da máfia da propina.
Em seguida, Mutran, vermelho, tremendo e suando, foi retirado do plenário pelos vereadores Rubens Calvo (PSB) e Paulo Frange (PPB), que são médicos. Mais calmo, voltou à sessão após cerca de dez minutos.
A discussão começou durante discurso do vereador José Viviani Ferraz (PL), que pedia aos vereadores que aprovassem um projeto do prefeito que cria um programa de demissão voluntária na prefeitura.
Ferraz reclamou que o projeto está parado há mais de um ano na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que é comandada atualmente pela oposição. Ele insinuou que os oposicionistas estariam usando a comissão para brecar projetos de Pitta.
Silvano, então, replicou que, quando o projeto chegou à comissão, em maio do ano passado, ela era presidida por Mutran. "Se alguém segurou o projeto, foi o Mutran", afirmou.
Mutran, que estava em seu gabinete, ouviu o pronunciamento de Silvano pelo sistema de som e desceu ao plenário. Gritando, eles passaram a discutir.
"Nunca segurei projetos, não admito ser acusado disso por você", gritou Mutran. "Já estou cansado de ser acusado. É imprensa, é vereador, é todo mundo dizendo que eu sou desonesto. Não aguento mais!"
Mutran discutiu com Roberto Trípoli (PSDB), atual presidente da comissão, acusando-o de, "desonestamente", prejudicar o prefeito. "Desonesto é você", retrucou Trípoli.
A irritação de Mutran contra Trípoli surgiu ao saber que o tucano entrou com um pedido para exonerá-lo da Comissão de Constituição e Justiça, por não ter comparecido às últimas sete sessões. Mutran alega que não foi porque estava nas sessões da CPI da máfia da propina -embora as reuniões fossem realizadas em horários diferentes.
"A imprensa pode falar de mim, porque não consigo gritar mais alto que todos os jornalistas. Mas aqui dentro ninguém ganha de mim no grito. Eu grito mais alto", declarou Mutran.


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