São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Descoberta resultou de operação em favela

da Reportagem Local

A descoberta da fábrica clandestina de armas foi resultado, diz a polícia, de uma operação feita anteontem na favela Paulistano, no Jardim Bandeirantes (zona sudeste de SP), que acabou na prisão de duas pessoas acusadas de tráfico de drogas, na apreensão de papelotes de cocaína e na descoberta de um cadáver escondido.
A fábrica de armas seria fornecedora de munição para os suspeitos presos na operação na favela.
A ação começou no dia 1º de junho, quando dois delegados, em uma vistoria à favela para investigar a atuação de uma quadrilha no local, foram recebidos a tiros. Tiveram que se jogar no chão.
"Foi muita audácia", disse o delegado Arli Antonio Reginaldo, delegado operacional da 6ª Delegacia Seccional.
Desde então, a polícia levantou dossiês sobre os supostos membros da quadrilha. José Hernandes Inácio da Silva e o adolescente H.A.S., 17, foram identificados como parte do grupo.
Segundo o delegado, os dois são suspeitos de pelo menos um latrocínio, dois homicídios e várias tentativas de homicídio.
O desfecho da operação ocorreu anteontem pela manhã e teve a participação de 60 policiais civis e 20 policiais militares. Com cerca de 40 carros, a polícia cercou a favela Paulistano e prendeu Hernandes e H.A.S. quando dormiam.
"Não disparamos um único tiro", disse ontem o delegado.
Hernandes, contra quem havia um mandado de prisão temporária, foi acusado também por tráfico de drogas, porque, segundo a polícia, foram encontrados em sua casa 250 papelotes de cocaína.
Já o encontro do cadáver foi fruto de uma informação dada pela cunhada do acusado, que teria indicado o local onde uma pessoa teria sido assassinada por Hernandes.
Entre os moradores, a polícia localizou ainda uma testemunha que disse ter sido obrigada a carregar o corpo em um carrinho de mão.
Hoje, a polícia pretende voltar ao local para procurar os corpos de dois policiais militares que teriam sido mortos pela quadrilha em uma área próxima a um córrego que corre junto à favela.
A polícia pretende agora incluir as ruas da favela em sua ronda, para marcar presença e evitar o surgimento de outra gangue. (RV)


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