São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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Grupo invade quadra de escola, mata 1 e fere 2 em São Paulo

MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

Um grupo de pelo menos quatro homens, armados com pistolas automáticas, invadiu a quadra de futebol da EEPG Alfredo Paulino, na rua Petiguari, no Alto da Lapa (zona noroeste de SP), matou um motoboy e feriu outras duas pessoas que estavam no local na noite de anteontem.
A quadra vinha sendo cedida para o lazer de moradores da região havia mais de quatro anos.
Segundo funcionários da escola, o mesmo grupo, formado por 30, 40 pessoas, na maioria ex-alunos da escola, jogava futebol no local todas as terças e quintas-feiras.
A vítima fatal, Antonio Teixeira Lopes Neto, 25, frequentava o local habitualmente com amigos.
Um deles, o supervisor de vendas Wagner André Bonfim Moreira, 27, foi atingido por quatro tiros e está internado em estado grave no Hospital Santa Cecília.
O outro ferido, o ajudante Eugenio Machado da Silva, 36, foi atendido no Pronto-Socorro da Lapa.
Segundo testemunhas relataram à polícia, os quatro homens invadiram a quadra atirando aleatoriamente, em várias direções, aparentemente sem buscar um alvo.
Lopes Neto, que estudava música, tocava cavaquinho com um grupo de amigos quando a quadra foi invadida. Ele morreu enquanto recebia atendimento médico, segundo a polícia.
A polícia acredita que foram disparados em torno de 40 tiros. Usuários da quadra e policiais militares chamados para atender o caso apreenderam no local 33 cartuchos de munição de armas automáticas.

Grupos rivais
Segundo o delegado Antonio Carlos Menezes Barbosa, titular do 7º DP (Lapa), os autores do crime não visavam matar Lopes Neto ou seus amigos.
A polícia já tem suspeitos para o crime, que seria motivado por uma disputa antiga entre grupos rivais, sem nenhuma ligação com a escola, que tem classes apenas de ensino fundamental (1ª a 4ª séries) e fica fechada à noite.
"As investigações estão adiantadas e pretendemos prender os responsáveis pelo crime em breve", disse Barbosa.
Lopes Neto e os outros baleados, de acordo com depoimentos prestados à polícia por testemunhas, não pertenceriam a nenhum dos dois grupos envolvidos.
Funcionários da escola afirmaram que nunca receberam reclamações sobre os frequentadores da quadra, que usavam o espaço em troca da realização de pequenas reformas no local.
Esse foi o primeiro crime registrado dentro da EEPG Alfredo Paulino, segundo funcionários.
Ontem, a escola abriu normalmente. A quadra, que não sofreu danos com os disparos, também já estava em uso.


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