São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
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SAÚDE
Sindicato vai acionar Ministério Público
Hospital funciona sem condições



da Reportagem Local

O Hospital Geral de Guaianazes (zona leste de SP) está funcionando sem as mínimas condições físicas, técnicas e humanas. Segundo o Sindicato dos Médicos de São Paulo, um bebê morreu no mês passado por falta de um equipamento na UTI do hospital.
As denúncias foram feitas pelo sindicato após blitz realizada anteontem no hospital, motivada por queixas dos próprios médicos que trabalham no local.
"De todas as blitze que realizei, acho que essa é uma das piores situações que já vi", diz o presidente do sindicato, Erivalder Guimarães de Oliveira, que visitou o hospital com o ginecologista e obstetra do hospital, Eduardo Sérgio Fonseca, também conselheiro do sindicato.
De acordo com Oliveira, não havia sabão, luvas nem papel toalha na neonatologia do hospital para realização de partos. "Isso é gravíssimo porque pode provocar surtos de infecção hospitalar", diz.
Segundo o presidente, uma médica denunciou que um bebê teria morrido no mês passado em razão da ausência de equipo de bomba de infusão (um equipamento que permite a injeção de drogas na veia do paciente para "ressuscitá-lo" em algumas situações, como problemas cardíacos).
A blitz constatou que o centro cirúrgico, que tem capacidade para fazer 20 partos diários, só tinha equipamento, material e pessoal para realizar quatro partos. O sindicato vai entregar o relatório dessa blitz ao Ministério Público e ao Conselho Regional de Medicina.
A Secretaria de Estado da Saúde informou que denúncias anteriores sobre irregularidades no hospital levaram à abertura de sindicâncias, cujos resultados parciais mostram que realmente houve irregularidades.
A secretaria não informou detalhes da apuração, mas afirmou que os resultados parciais da investigação já causaram a recente exoneração de Carlos Alberto Vazzoler da direção do hospital. Uma nova sindicância será aberta com a denúncia do sindicato dos médicos.
(PRISCILA LAMBERT)


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