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UNIVERSIDADE
Objetivo é intensificar o debate da questão
Grupo de trabalho do governo irá estudar criação de cota para negros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal defende a
implantação de cotas para negros
em universidades no Brasil e, para
intensificar o debate, criará um
grupo de trabalho para analisar o
tema. Se houver consenso, pode
até elaborar um projeto de lei.
Segundo a ministra Matilde Ribeiro (Secretaria da Igualdade Racial), o governo apóia as cotas
desde a campanha eleitoral, mas é
necessário intensificar a discussão
sobre as normas e o papel da
União. "É claro que precisamos
preservar a autonomia das universidades, mas temos também
que discutir nosso papel na política", afirmou ela, após a solenidade de ampliação do programa Diversidade na Universidade.
Já o ministro Cristovam Buarque (Educação) reiterou que a
proposta não visa impor as cotas.
"Não é idéia nossa forçar um projeto de lei. Mas, se as coisas evoluírem e se houver boa receptividade, não vejo motivo para não fazer isso também", disse.
O ministro propõe que os índios
(que são em número reduzido)
tenham acesso garantido à universidade, sem necessidade de cotas. A medida, para ser instituída,
dependeria de cada instituição.
A UnB (Universidade de Brasília) foi a primeira instituição de
ensino superior federal a adotar
as cotas para negros e índios. As
universidades estaduais do Rio e
da Bahia têm experiências.
Para Cristovam, é preciso também haver projetos que ajudem o
negro a concluir o ensino médio.
Estudo do ministério traz dados
preocupantes sobre a desigualdade racial no ensino. Apesar de o
país ter 45% de negros e pardos,
segundo o Censo 2000, alunos negros param de estudar antes dos
brancos. Além disso, de 1995 a
2001, apresentaram queda mais
acentuada no desempenho.
O Diversidade na Universidade,
iniciado no fim de 2002, visa defender a inclusão social e o combate à exclusão étnica e racial.
Instituições de ensino que tenham pelo menos 51% de afrodescendentes e/ou indígenas entre os matriculados poderão concorrer a financiamento para oferecer cursinhos pré-vestibular.
São US$ 9 milhões para três anos.
Informações pelo 0800-616161.
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