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CASO SCHERING
"Farmácias compraram sem nota'
Testemunha diz que dois farmacêuticos de Mauá compravam medicamentos sem nota fiscal
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local
O ex-funcionário de três farmácias de Mauá, Flávio de Oliveira, denunciou anteontem à
noite na acareação no 11º DP de
São Paulo (Santo Amaro) que
seus ex-patrões compravam medicamentos sem nota fiscal. Numa acareação, suspeitos são colocados juntos numa sala para
confrontar depoimentos.
Testemunha-chave do caso, ele
chegou à delegacia que investiga
o derrame de pílulas Microvlar
inócuas no mercado escoltado
por policiais do Grupo de Operações Especiais. O anticoncepcional é fabricado pela Schering
do Brasil (não confundir com
Schering-Plough).
Segundo a Folha apurou, os
farmacêuticos Herivelton Mestriner, dono da farmácia Camila,
e José Wilson, dono das drogarias Gaspar e Varim (todas em
Mauá), refutaram as acusações
de Flávio, dizendo que ele queria
se vingar por ter sido demitido.
Outra pessoa que teria participação no derrame das pílulas e
que foi acareado anteontem é o
representante da distribuidora
Farmed, em Mauá, Abílio Antonio de Oliveira. Na acareação, os
quatro trocaram acusações.
Na outra acareação de anteontem foram colocados juntos o
manipulador de pílulas Sivaldo
Pereira de Sousa, o agente de segurança Pedro Paulo Mariz (ambos da Schering) e o ex-vigilante
Cosme Carvalho.
O delegado Sergio Abdalla deve encaminhar o relatório sobre
a investigação, que considera
encerrada, para o Ministério Público na segunda-feira.
Blitz
Ontem, técnicos da Vigilância
Sanitária iniciaram nova fiscalização na Schering. Desde segunda-feira, a empresa está autorizada a vender 24 remédios para
reabastecer o mercado.
Mas os outros 13, inclusive o
anticoncepcional Microvlar, só
serão liberados após vistoria que
comprove que a empresa atendeu às exigências da Vigilância.
Os técnicos, que só se pronunciarão ao final da blitz, continuam hoje a vistoria.
A Vigilância também autorizou ontem à tarde a sede paulistana da distribuidora K+F, em
Raposo Tavares (zona sudoeste), a voltar a funcionar.
A empresa estava interditada
desde segunda-feira, após vistoria. A distribuidora, que corrigiu
as falhas apontadas pelo órgão,
só continua proibida de vender
psicotrópicos (tranquilizantes)
até conseguir nova autorização
do Ministério da Saúde.
Colaborou
Carla Conte, da Reportagem Local
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