São Paulo, sexta, 17 de julho de 1998

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CASO SCHERING
"Farmácias compraram sem nota'

Testemunha diz que dois farmacêuticos de Mauá compravam medicamentos sem nota fiscal
MARCELO OLIVEIRA
da Reportagem Local

O ex-funcionário de três farmácias de Mauá, Flávio de Oliveira, denunciou anteontem à noite na acareação no 11º DP de São Paulo (Santo Amaro) que seus ex-patrões compravam medicamentos sem nota fiscal. Numa acareação, suspeitos são colocados juntos numa sala para confrontar depoimentos.
Testemunha-chave do caso, ele chegou à delegacia que investiga o derrame de pílulas Microvlar inócuas no mercado escoltado por policiais do Grupo de Operações Especiais. O anticoncepcional é fabricado pela Schering do Brasil (não confundir com Schering-Plough).
Segundo a Folha apurou, os farmacêuticos Herivelton Mestriner, dono da farmácia Camila, e José Wilson, dono das drogarias Gaspar e Varim (todas em Mauá), refutaram as acusações de Flávio, dizendo que ele queria se vingar por ter sido demitido.
Outra pessoa que teria participação no derrame das pílulas e que foi acareado anteontem é o representante da distribuidora Farmed, em Mauá, Abílio Antonio de Oliveira. Na acareação, os quatro trocaram acusações.
Na outra acareação de anteontem foram colocados juntos o manipulador de pílulas Sivaldo Pereira de Sousa, o agente de segurança Pedro Paulo Mariz (ambos da Schering) e o ex-vigilante Cosme Carvalho.
O delegado Sergio Abdalla deve encaminhar o relatório sobre a investigação, que considera encerrada, para o Ministério Público na segunda-feira.

Blitz
Ontem, técnicos da Vigilância Sanitária iniciaram nova fiscalização na Schering. Desde segunda-feira, a empresa está autorizada a vender 24 remédios para reabastecer o mercado.
Mas os outros 13, inclusive o anticoncepcional Microvlar, só serão liberados após vistoria que comprove que a empresa atendeu às exigências da Vigilância. Os técnicos, que só se pronunciarão ao final da blitz, continuam hoje a vistoria.
A Vigilância também autorizou ontem à tarde a sede paulistana da distribuidora K+F, em Raposo Tavares (zona sudoeste), a voltar a funcionar.
A empresa estava interditada desde segunda-feira, após vistoria. A distribuidora, que corrigiu as falhas apontadas pelo órgão, só continua proibida de vender psicotrópicos (tranquilizantes) até conseguir nova autorização do Ministério da Saúde.


Colaborou Carla Conte, da Reportagem Local


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