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POLÍCIA
Estudante combina com adulto o assassinato de adolescente de 15 anos que se opunha a seu namoro
Paixão leva garoto de 12 a encomendar morte
RENATA GIRALDI
da Sucursal de Brasília
O estudante T.N.B., 12, mandou
matar um garoto de 15 anos afirmando que ele não aceitava o seu
namoro com A.S.V., 11, irmã do
adolescente assassinado.
O crime ocorreu na segunda-feira, no setor P Sul da cidade-satélite
de Ceilândia, uma das áreas mais
violentas do Distrito Federal.
R.S.V. foi morto com cinco tiros
(dois na cabeça e três no tórax)
por Francisco Reginaldo Ferreira
Barbosa, 22, quando saía da Escola Classe 47, na Ceilândia, depois
de ter ido buscar a irmã e mais três
colegas. O assassinato ocorreu por
volta das 17h40.
Dos três envolvidos no crime,
apenas o estudante morto tinha
passagens pela polícia. Por duas
vezes, delegacias da Ceilândia registraram acusações contra R. por
furto de pequenos objetos.
Na 23ª DP da Ceilândia, T.N.B.
confirmou ao delegado-chefe,
Paulo César Tolentino, que planejou a morte de R.S.V. e acertou
com Francisco os detalhes do assassinato.
No depoimento à polícia, o garoto T.N.B. disse que R. não aceitava
seu namoro com A.S.V.
"Muito apaixonado"
"O que eu vi aqui foi um garoto
precoce e muito apaixonado. Para
mim, isso deveria ter sido um conto infantil e não uma tragédia",
disse Tolentino, relatando sua impressão sobre T.N.B. "Essa garotada está começando a vida sexual
e afetiva muito cedo."
Francisco, acusado de matar o
estudante, está foragido. A polícia
tem informações de que ele está
escondido nos arredores de Brasília. Já T.N.B. continua livre e
aguarda ser ouvido pela Delegacia
da Criança e do Adolescente. Segundo Tolentino, T.N.B. deverá
responder processo, o que pode
levá-lo a ter como sentença internação até os 21 anos.
O pai de Francisco, José Barbosa, disse à Folha que seu filho estava sendo perseguido por R.S.V.
Segundo ele, há dez dias, R. atirou
contra Francisco e só não o matou
"porque Deus ajudou".
"Ele (R.S.V.) andava com mais
uns 20 rapazes, todos mexiam
com drogas e viviam atrás do meu
filho", afirmou.
Problemas de relacionamento
Na opinião de Barbosa, T.N.B.
conseguiu convencer Francisco a
matar R. porque ambos "tinham
problemas de relacionamento"
com ele. O acordo para que Francisco matasse R. foi fechado horas
antes do assassinato.
T.N.B. planejou uma emboscada, aproveitando que R. passaria
por um atalho, de onde Francisco
o esperou e disparou cinco tiros à
queima roupa. O crime foi presenciado, de longe, pela irmã de R. e
três colegas.
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