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TAM
Professor acusado de causar explosão em Fokker em outubro de 97 terá de passar por novos testes; laudo demora 1 mês
Castro só soube dizer o nome em exame
PRISCILA LAMBERT
da Reportagem Local
O professor Leonardo Teodoro
de Castro, 59, acusado de ter provocado uma explosão no Fokker
100 da TAM em outubro passado,
foi submetido ontem a exames de
sanidade mental e não soube responder à maioria das perguntas
que foram feitas a ele.
A explosão a bordo do avião
provocou um rombo em sua fuselagem, por onde um passageiro foi
expelido e morreu.
O exame foi realizado a pedido
do Ministério Público Federal, que
denunciou anteontem o professor
à 3ª Vara da Justiça Federal.
Segundo o perito psiquiatra do
Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminalística do Estado de
São Paulo) Marco Antonio da Silva Beltrão, responsável pela aplicação do exame, Castro foi evasivo
e respondia "não sei" a quase todas as perguntas. "Basicamente,
soube dizer seu nome e quem era
sua família", diz.
Ele foi questionado sobre sua infância, família e hábitos. Os médicos também abordaram assuntos
como a explosão do avião e o atropelamento que Castro sofreu três
dias depois da explosão, que lhe
deixou sequelas psíquicas como
perda de memória e capacidade de
raciocínio.
Beltrão e a perita médico-legal
Silvia Cléa, que também acompanhou os exames, observaram as
reações do professor diante das
perguntas. "Mas não posso me
antecipar e dar um parecer sobre
minhas observações. Isso só será
divulgado quando o laudo ficar
pronto", diz Beltrão.
Esse exame não foi suficiente para que os médicos tirassem uma
conclusão sobre a sanidade mental de Castro.
Beltrão solicitou novos exames
como ressonância magnética e
eletroencefalograma, além de avaliação neurológica e social.
Só com o resultado desses novos
exames é que o laudo ficará pronto, o que deve demorar mais de
um mês.
Com o laudo, o ministério quer
saber quais eram as condições
mentais do professor na ocasião
da explosão. Dependendo do resultado dos exames, o professor
poderá ser considerado inimputável (não responsável pelo crime).
Nesse caso, mesmo que condenado, não cumprirá pena na cadeia,
mas será encaminhado para internação em uma clínica de saúde
mental.
De acordo com Paulo Taubemblatt, procurador da República do
Ministério Público Federal, se ficar provado que a lesão cerebral
de Castro é posterior à data da explosão, o processo será suspenso
até sua recuperação.
Beltrão disse que, em alguns casos, é possível identificar a época
em que a lesão ocorreu. "Mas medicina não é uma ciência exata.
Normalmente se faz uma estimativa que depende de bom senso."
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