São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999 |
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LETRAS JURÍDICAS 500 anos de advocacia
WALTER CENEVIVA
Quase todos os presidentes civis da República eram formados em direito, como também foi o ditador Getúlio Vargas, que contou com o apoio jurídico de Francisco Campos. Professores da Faculdade de Direito de São Paulo, como Luiz Antonio da Gama e Silva e Alfredo Buzaid, deram estrutura jurídica ao regime militar (1964/1985). Na criação das leis, naturalmente, a presença dos juristas foi dominante. José Clemente Pereira relatou o Código Comercial de 1850. Alcântara Machado foi a grande figura na criação do Código Penal de 1940, ainda vigorante, na parte especial. Sobrevivem muitos artigos do maior monumento jurídico da língua portuguesa, nosso Código Civil, em projeto de Clovis Bevilaqua, sem esquecer o Código Civil argentino, baseado no projeto brasileiro de Teixeira de Freitas. O Instituto dos Advogados de São Paulo, a mais antiga sociedade profissional do Estado, foi fundado em 1874, por Joaquim Ignacio Ramalho, Barão de Ramalho. Há especial curiosidade histórica na vida de Ramalho. Teve forte presença na construção do edifício onde se acha o Museu do Ipiranga. Sem sua inesgotável energia, não teria sido erguido. A comunidade paulistana era contrária aos gastos com o prédio, em cidade carente de obras essenciais. Iniciada em 1827, interrompida e retomada várias vezes, prestando-se a muitas discussões sobre aplicação e desvio das verbas, a obra tomou rumo firme, com Ramalho, a partir de 1877. Hoje a advocacia deve contar com 400 mil inscritos na OAB, com cerca de 130 mil neste Estado. Houve extraordinário crescimento quantitativo, com quebra de qualidade provocada pelo ensino deficiente e rebaixamento dos padrões éticos e culturais. O país não é mais o Brasil dos bacharéis, mas despontam jovens valores, na profissão e na política, sugerindo que economistas e sociólogos não perdem por esperar a nossa volta. Texto Anterior: Repercussão Próximo Texto: Violência: Empresários são mortos ao sair de bingo Índice |
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