São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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VIOLÊNCIA
Segurança é acusado de assassinar a tiros dois frequentadores de estabelecimento em São Paulo
Empresários são mortos ao sair de bingo

EDUARDO DE OLIVEIRA
da Reportagem Local

O empresário Carlos Augusto Farah Mastrorosa, 37, e seu sócio e cunhado Marcelo Amato, 34, foram mortos a tiros na madrugada de ontem na porta do bingo Planet, na Vila Mariana, na cidade de São Paulo.
O segurança Renê Souza Pessoa, 26, acusado de ser o autor dos disparos, foi indiciado pela polícia por duplo homicídio qualificado (motivo fútil). Ele estava foragido até as 20h de ontem.
De acordo com a irmã de Mastrorosa, Andréa Mastrorosa, os sócios costumavam frequentar o bingo às quintas-feiras depois de jogar futebol.
Andréa afirmou que o gerente da casa, Marcelo Rotulo, em conversa com familiares dos mortos, disse que a causa do crime foi uma discussão ocorrida após os empresários terem ganho uma rodada no bingo.
Durante a comemoração, uma apostadora (ainda não identificada) de uma mesa ao lado iniciou uma discussão com Amato. Testemunhas disseram que a mulher jogou um copo na direção do empresário.
O segurança tentou conter a briga e se desentendeu com Amato, começando outra discussão.
Ainda segundo testemunhas, por volta da 1h, Amato e Mastrorosa decidiram ir embora. Enquanto esperavam que seus carros fossem trazidos por manobristas, o segurança abordou Amato na porta do bingo.
Houve nova discussão e, de acordo com testemunhas, Pessoa disparou um tiro contra o peito de Amato, que tentava entrar no carro. Mastrorosa tentou defender o cunhado e foi morto com um disparo na cabeça.
Amato foi levado pela polícia ao pronto-socorro do hospital São Paulo, mas não suportou o ferimento e morreu.
Segundo o delegado titular do 16º Distrito Policial, Darci Sassi, seguranças de casas de diversão não podem trabalhar armados.
"Vamos investigar se o segurança tinha porte de arma e se a direção do bingo sabia que ele estava armado, para apurar responsabilidades", disse Sassi, que determinou ontem o fechamento do bingo por uma semana.
O advogado do bingo, Agnelo José de Castro Moura, disse que a direção da casa não sabia que Pessoa estava armado.
"O fato ocorreu fora do estabelecimento, o que foge à nossa responsabilidade", declarou.
Ontem à tarde, enquanto aguardava a liberação dos corpos no IML (Instituto Médico Legal), o pai de Mastrorosa, Humberto Mastrorosa, 62, afirmou que a família vai processar o bingo.


Colaborou o "Notícias Populares"


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