CHRISTIANNE GONZÁLEZ
PAULO PEIXOTO

da Agência Folha, em BH


Pelo menos nove pessoas morreram devido à queda de um ônibus lotado no rio Arrudas (centro de Belo Horizonte), na noite de ontem.
O acidente aconteceu às 19h20, em um cruzamento da av. dos Andradas com a rua Tupinambás (centro), envolvendo uma motocicleta, um Tempra, um Gol e um ônibus que fazia a linha Tupi-Alto dos Pinheiros (centro).
Após uma colisão, o ônibus ficou desgovernado e despencou de uma altura de aproximadamente 15 metros até o leito do rio, caindo com as rodas para cima.
A polícia ainda não tinha informações precisas sobre os motivos que provocaram o acidente.
Segundo a escriturária Nirge Guedes, o motorista do ônibus passou o sinal vermelho na rua Tupinambás, sendo atingido pelo Tempra e pela motocicleta que trafegavam na av. dos Andradas.
Com a colisão, o motorista do ônibus acabou fazendo uma manobra brusca, perdendo o controle do veículo.
"Eu estava com o carro (Gol) parado, esperando o sinal abrir. De repente, o Tempra bateu no ônibus e, depois, no meu carro. Quando olhei para o lado, vi o ônibus voando para dentro do rio. Foi uma coisa horrível", disse.
O detetive da Polícia Civil Fábio Bandeira, que trafegava na avenida dos Andradas na hora do acidente, deu um testemunho contrário ao da escriturária. Segundo ele, foram os motoristas do Tempra e da motocicleta que passaram o sinal, causando o acidente.
No local da batida, 19 ambulâncias e outros veículos da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros faziam o transporte dos passageiros feridos até o pronto-socorro do Hospital João 23.
Até as 21h30 de ontem, 63 passageiros do ônibus haviam entrado no hospital com ferimentos graves e leves.
Cerca de 60 agentes dos bombeiros e da PM foram deslocados até o local do acidente para auxiliar no trabalho de salvamento dos passageiros, que estavam presos dentro do ônibus.
Os passageiros eram retirados pelos bombeiros e colocados no leito do rio para serem puxados por cordas até o nível da avenida.
"Tudo aconteceu muito rapidamente. Percebi uma manobra brusca e logo depois já estávamos todos amontoados dentro do ônibus, rolando rio abaixo", disse a estudante Luciana Sônia Vital, 18, resgatada com ferimentos leves.
O trabalho de salvamento dos passageiros foi dificultado pela correnteza do rio e pelo tráfego intenso de veículos no local do acidente.
Testemunhas que passavam no local na hora do acidente disseram ter visto quatro corpos sendo arrastados pela correnteza do rio -a informação não foi confirmada pela polícia.
Segundo os depoimentos, das quatro pessoas arrastadas pela correnteza, três homens conseguiram chegar até o leito do rio e uma mulher teria desaparecido.
Entre os mortos confirmados pela polícia estavam dois homens e cinco mulheres -uma delas grávida.


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