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Corregedoria vai apurar se policiais receberam propina de megatraficante
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Corregedoria da Polícia Civil vai apurar se policiais do Denarc (Departamento de Investigação sobre Narcóticos da Polícia Civil de São Paulo) receberam US$ 800 mil (R$ 1,6 milhão) do megatraficante colombiano Juan Carlos Ramírez
Abadía, 44, em 2006.
O criminoso está preso desde
o último dia 7, quando foi encontrado pela Polícia Federal,
em Barueri (Grande SP), durante a Operação Farrapos.
Abadía é considerado um dos
maiores traficantes do mundo.
Conforme a Folha revelou
ontem, Abadía diz que o R$ 1,6
milhão serviu de pagamento
para soltar três pessoas do seu
grupo que teriam sido seqüestradas por policiais do Denarc
em 2006. A PF, que no último
sábado transferiu o colombiano para o presídio federal de
segurança máxima de Campo
Grande (MS), apura a veracidade dessa informação -relatada
informalmente a delegados.
Após ler ontem a reportagem
da Folha que revelou essa denúncia, o corregedor da Polícia
Civil, Francisco Alberto de
Souza Campos, abriu inquérito
criminal e administrativo para
apurar o suposto envolvimento
de policiais do Denarc.
"Ainda não identificamos
ninguém", afirmou Campos. A
PF, porém, já rastreia os bens
de um delegado e de quatro investigadores do Denarc.
O secretário de Estado da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, foi procurado pela reportagem e, pelo segundo dia
seguido, não quis se manifestar. Ontem, em evento que
contou com a presença do governador José Serra, ele saiu
sem dar declarações.
Sigilo
O superintendente da PF em
SP, Jaber Saadi, se negou a revelar nomes à Corregedoria.
Alegou que o inquérito está sob
segredo de Justiça.
Para saber da investigação da
Polícia Federal, Campos vai pedir informações à Justiça Federal. Na madrugada de hoje, cinco dos 15 presos na operação da
PF seriam soltos. A outros sete
houve pedido de prorrogação
da prisão preventiva.
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