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Vereadores atestaram existência de ONGs
Organizações, supostamente fantasmas, teriam desviado R$ 335 mil do programa Brasil Alfabetizado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Vereadores da Grande São
Paulo atestaram a existência de
duas organizações não-governamentais supostamente fantasmas que teriam desviado R$
335 mil do programa Brasil Alfabetizado, de acordo com documentos apresentados pelas
entidades ao Ministério da
Educação.
Os documentos são necessários para que a pasta libere os
recursos para as ONGs.
Dos quatro vereadores citados, dois confirmaram terem
assinado as cartas que atestavam a existência das entidades.
Antonio Donato Madormo
(PT), da capital paulista, disse
que fez o documento para o
Ciesp (Centro de Educação
Cultura e Integração Social de
São Paulo) porque havia visitado um local, no ano passado,
onde acreditava que a entidade
funcionava. "Não recomendei a
entidade, apenas disse que ela
existia."
A auditoria do FNDE (Fundo
Nacional de Desenvolvimento
da Educação), porém, encontrou outra instituição no endereço apontado pela entidade
como sua sede.
A ONG Núcleo Cultural Direito ao Saber, também apontada como entidade fantasma,
apresentou documentos com
as assinaturas dos vereadores
de Guarulhos Eduardo Rodrigues Pereira da Silva, o Dudu
(PR), de Silvana Mesquita (PV)
e de Toninho Raimundo (PSL).
Mesquita disse ter assinado a
carta depois de visitar a entidade. Ela afirmou que, ontem, enviou um assessor ao local apontado como a sede e que ele viu a
realização de aulas de alfabetização no local. A auditoria do
governo, porém, não encontrou
as referidas turmas.
Falsificação
Dudu, por meio de seu chefe-de-gabinete, negou ter assinado qualquer documento e disse
que já registrou boletim de
ocorrência para apurar a eventual falsificação de sua assinatura. A reportagem não conseguiu localizar o vereador Toninho Raimundo.
Na Bahia, as sete ONGs que
teriam desviado R$ 1,7 milhão
do Brasil Alfabetizado também
apresentaram cartas de recomendação de prefeitos e outras
autoridades.
O MEC afirmou que pretende auditar todos os seus contratos que envolvam ONGs, independente dos programas em que elas atuem.
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