São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Vereadores atestaram existência de ONGs

Organizações, supostamente fantasmas, teriam desviado R$ 335 mil do programa Brasil Alfabetizado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Vereadores da Grande São Paulo atestaram a existência de duas organizações não-governamentais supostamente fantasmas que teriam desviado R$ 335 mil do programa Brasil Alfabetizado, de acordo com documentos apresentados pelas entidades ao Ministério da Educação.
Os documentos são necessários para que a pasta libere os recursos para as ONGs.
Dos quatro vereadores citados, dois confirmaram terem assinado as cartas que atestavam a existência das entidades.
Antonio Donato Madormo (PT), da capital paulista, disse que fez o documento para o Ciesp (Centro de Educação Cultura e Integração Social de São Paulo) porque havia visitado um local, no ano passado, onde acreditava que a entidade funcionava. "Não recomendei a entidade, apenas disse que ela existia."
A auditoria do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), porém, encontrou outra instituição no endereço apontado pela entidade como sua sede.
A ONG Núcleo Cultural Direito ao Saber, também apontada como entidade fantasma, apresentou documentos com as assinaturas dos vereadores de Guarulhos Eduardo Rodrigues Pereira da Silva, o Dudu (PR), de Silvana Mesquita (PV) e de Toninho Raimundo (PSL).
Mesquita disse ter assinado a carta depois de visitar a entidade. Ela afirmou que, ontem, enviou um assessor ao local apontado como a sede e que ele viu a realização de aulas de alfabetização no local. A auditoria do governo, porém, não encontrou as referidas turmas.

Falsificação
Dudu, por meio de seu chefe-de-gabinete, negou ter assinado qualquer documento e disse que já registrou boletim de ocorrência para apurar a eventual falsificação de sua assinatura. A reportagem não conseguiu localizar o vereador Toninho Raimundo.
Na Bahia, as sete ONGs que teriam desviado R$ 1,7 milhão do Brasil Alfabetizado também apresentaram cartas de recomendação de prefeitos e outras autoridades.
O MEC afirmou que pretende auditar todos os seus contratos que envolvam ONGs, independente dos programas em que elas atuem.


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