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Rodízio a caminhão pequeno, alavanca a preferência por camionetes e furgões
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles fazem o mesmo serviço
dos caminhões. Atrapalham o
trânsito quase tanto quanto os
caminhões. Alguns até parecem caminhões. Oficialmente,
porém, não são classificados
como caminhões -e, por isso,
são cada vez mais vistos rodando no centro de São Paulo durante o dia, quando caminhões
de verdade estão proibidos.
Os chamados utilitários
-vans e minicaminhões- têm
sido a alternativa dos transportadores para manter em dia as
entregas no centro. São veículos que têm menos da metade
da capacidade do VUC (caminhão pequeno, de até 6,3 metros), e são classificados como
"camionete" ou "furgão", pois
têm peso máximo de 3,5 toneladas -o limite para não ser
considerado caminhão.
Traduzindo: eles estão livres
da proibição de rodar no centro
de dia, bem como do rodízio
nas marginais -medidas criadas pela prefeitura nos últimos
meses para conter os congestionamentos em São Paulo.
O rodízio imposto aos VUCs,
há duas semanas, parece ter
alavancado a preferência pelos
minicaminhões, segundo
transportadores e fabricantes.
"Não vale mais a pena. Tive
que alugar 16 utilitários para
dar conta da demanda", diz o
empresário Antonio Archilla,
dono de uma uma frota de oito
VUCs (metade comprada no
início deste ano), que faziam 18
mil entregas de roupas e calçados por mês, em shoppings e na
região da rua 25 de Março.
A produtividade dos veículos,
diz Archilla, que era de oito horas em um dia, caiu para três
horas, em dois dias. A despesa
com o aluguel passa dos R$
3.500 por dia. "Gasto mais, coloco mais veículos na rua e atrapalho mais ainda o trânsito."
A Kia, uma das principais
marcas de minicaminhões,
vendeu em julho 554 unidades,
84% a mais que em abril, quando a proibição foi anunciada.
A Iveco, outra fabricante, diz
que o mercado de utilitários na
capital cresceu 192% em comparação com o ano passado. O
tempo de espera por um minicaminhão da marca varia entre
45 e 60 dias -em abril, a empresa fazia pronta-entrega.
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