|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Madonna, aos 50, ainda é fonte de inspiração para mulheres
A rainha do pop influencia gerações de paulistanas que quebraram tabus e descobriram a cabala e a ioga, sem abrir mão da malhação e de serem mães
RAFAEL BALSEMÃO
DA REVISTA DA FOLHA
A forma física impressiona. A
capacidade de se reinventar e
de lançar modismos também.
Estamos falando de Madonna,
que completou ontem 50 anos,
metade deles dando as cartas
no cenário pop mundial. Sua legião de fãs mundo afora não somente comprou os cerca de
300 milhões de discos vendidos
ao longo de 25 anos de carreira,
mas também consumiu um estilo lançado por uma estrela
que está sempre conectada ao
seu tempo.
"A vida e a imagem de Madonna são tão glamourosas que
nos parecem inatingíveis", afirma a pesquisadora Nancy Etcoff, 50, da Universidade Harvard, que conduziu uma pesquisa sobre a auto-imagem das
cinqüentonas, como ela própria e a cantora, em nove países. "Madonna redefiniu o nosso pensamento sobre mulheres
de todas as idades".
Em busca de moradoras de
São Paulo que se vêem sob ângulos diferentes no espelho
chamado Madonna, a reportagem encontrou representantes
de diferentes gerações.
Madonna alternou fases caretas e ousadas. Quebrou tabus
e provocou muita polêmica. A
mais emblemática delas foi ao
bater de frente com a Igreja Católica, ao lançar o clipe de "Like
a Prayer", em que beija um santo negro. "Nos anos 80 e 90, ela
foi a grande musa dos fashionistas. Todos se espelhavam
nela; era um ícone de comportamento", diz Mariana Rocha,
45, consultora de moda e professora da faculdade Santa
Marcelina.
Madonna também se exibe
pela vida como pioneira. Lá estava ela lançando moda quando
decidiu entrar pesado na onda
do culto ao corpo. Fez das acrobacias e dos músculos parte integrante dos seus shows. No
início da década de 1990, então
na faixa dos 30, passou a malhar pesado o físico de bailarina. Os músculos esculpidos estão lá, firmes e fortes, e em evidência aos 50.
Fez uma legião de seguidoras. Mulheres que invadem as
academias não só em busca de
saúde, mas de uma forma perfeita. "Sou um pouco Madonna", admite a ex-modelo e hoje
empresária Andrea Coimbra,
38, que embarcou seriamente
na malhação e vê hoje os resultados do empenho de 20 anos
de exercícios continuados no
corpo bem torneado e rijo,
mesmo após o nascimento do
filho de dois anos. Com 1,72 m e
60 kg, ela espera chegar tão
bem aos 50 quanto a popstar e
outras cinqüentonas famosas,
como Vera Fischer, 56. "Elas
me passam uma segurança em
relação ao futuro."
Como lançadora de tendências, ela também é mestra. A incursão de Madonna pela ioga
serviu para disseminar a prática pelo mundo, além de usá-la
para ser e continuar poderosa.
Mas, apesar de todo o sucesso e
da longevidade da carreira, volta e meia, algum "profeta"
anuncia o seu fim. Depois de
meio século, até quando a camaleoa do pop mundial vai resistir? "Hoje, ela está no topo
do seu jogo e continua muito visível", responde a pesquisadora
Nancy Etcoff. "É forte, bem-sucedida e ao mesmo tempo maternal e sexy. Eterna."
Texto Anterior: Gilberto Dimenstein: A poesia do encontro Próximo Texto: Crítica: Cantora está há 25 anos como rainha do pop Índice
|