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crítica
Cantora está há 25 anos como rainha do pop
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Madonna, 50.
De novo: Madonna, 50.
É engraçado: a música pop,
que vive de formar ídolos jovens, tem como rainha uma
mulher de 50 anos. E ocupa o
trono há tempos. Anos 1980;
anos 1990; anos 2000. Três
décadas em que Madonna
sempre esteve por cima. Por
quê? Porque é esperta.
Casou com Sean Penn, enfureceu a Igreja Católica, enfureceu judeus ortodoxos,
tascou beijo na boca de Britney Spears, publicou livro
erótico, publicou livro infantil, teve filha com um latino,
teve filho com um inglês,
adotou uma criança africana,
estrelou filmes ruins, estrelou filme legal ("Dick
Tracy"), dirigiu filme, brincou de ser Evita. E foi de uma
ponta à outra da música pop.
Madonna é das poucas
cantoras que não cabem dentro de um estilo musical. Ela
percebe o que ocorre de interessante num momento, absorve aquilo e toma para si.
Quem está em alta hoje?
Timbaland e Pharrell Williams são dois dos produtores mais quentes, que burilam grooves explosivos de
r&b e rap; Justin Timberlake
é boa pinta, canta bem e sabe
dançar. Madonna chamou os
três para ajudá-la a gravar
seu mais recente disco,
"Hard Candy".
Não é de hoje que ela joga
sua sombra sobre diferentes
espaços do pop. No início dos
anos 1980, freqüentava clubes nova-iorquinos. O ambiente influenciou seus três
primeiros álbuns ("Madonna", de 1983; "Like a Virgin",
de 1984; "True Blue", de
1986): festivos, embalados
por disco music e new wave.
Ali, Madonna aparecia provocativa e despretensiosa.
Em 1989, Madonna lança
"Like a Prayer", disco que
tem a intenção de mostrar
que ela tem nas mangas mais
do que hits pop. O álbum traz
faixas que pendem para o
rock, para o soul, para o funk.
Madonna se aproxima da
moda (não só com o clássico
sutiã-cone, mas com "Vogue") e, no início dos anos
1990, escandaliza os mais
moralistas com "Erotica"
(álbum), "Justify My Love"
(música), "Sex" (livro), "Corpo em Evidência" (filme) e
"The Girlie Show" (turnê).
Três anos atrás, Madonna
voltou ao passado de freqüentadora de discoteca:
apoiado em estética house,
disco e electro, "Confessions
on a Dance Floor" é Madonna, aos 47 anos, provando
que a rainha está mais poderosa do que nunca.
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