São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2008

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crítica

Cantora está há 25 anos como rainha do pop

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Madonna, 50.
De novo: Madonna, 50.
É engraçado: a música pop, que vive de formar ídolos jovens, tem como rainha uma mulher de 50 anos. E ocupa o trono há tempos. Anos 1980; anos 1990; anos 2000. Três décadas em que Madonna sempre esteve por cima. Por quê? Porque é esperta.
Casou com Sean Penn, enfureceu a Igreja Católica, enfureceu judeus ortodoxos, tascou beijo na boca de Britney Spears, publicou livro erótico, publicou livro infantil, teve filha com um latino, teve filho com um inglês, adotou uma criança africana, estrelou filmes ruins, estrelou filme legal ("Dick Tracy"), dirigiu filme, brincou de ser Evita. E foi de uma ponta à outra da música pop.
Madonna é das poucas cantoras que não cabem dentro de um estilo musical. Ela percebe o que ocorre de interessante num momento, absorve aquilo e toma para si.
Quem está em alta hoje? Timbaland e Pharrell Williams são dois dos produtores mais quentes, que burilam grooves explosivos de r&b e rap; Justin Timberlake é boa pinta, canta bem e sabe dançar. Madonna chamou os três para ajudá-la a gravar seu mais recente disco, "Hard Candy".
Não é de hoje que ela joga sua sombra sobre diferentes espaços do pop. No início dos anos 1980, freqüentava clubes nova-iorquinos. O ambiente influenciou seus três primeiros álbuns ("Madonna", de 1983; "Like a Virgin", de 1984; "True Blue", de 1986): festivos, embalados por disco music e new wave. Ali, Madonna aparecia provocativa e despretensiosa.
Em 1989, Madonna lança "Like a Prayer", disco que tem a intenção de mostrar que ela tem nas mangas mais do que hits pop. O álbum traz faixas que pendem para o rock, para o soul, para o funk.
Madonna se aproxima da moda (não só com o clássico sutiã-cone, mas com "Vogue") e, no início dos anos 1990, escandaliza os mais moralistas com "Erotica" (álbum), "Justify My Love" (música), "Sex" (livro), "Corpo em Evidência" (filme) e "The Girlie Show" (turnê).
Três anos atrás, Madonna voltou ao passado de freqüentadora de discoteca: apoiado em estética house, disco e electro, "Confessions on a Dance Floor" é Madonna, aos 47 anos, provando que a rainha está mais poderosa do que nunca.


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