São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2006

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Direito, arquitetura e medicina são, na USP, cursos da "elite"

Carreiras são as três com o maior percentual de aprovados que declararam ter uma renda familiar superior a R$ 10 mil

Das dez profissões com maior percentual de calouros cuja família possui renda elevada, seis estão entre aquelas de maior concorrência

DA REPORTAGEM LOCAL

Mantida a lógica dos últimos anos, direito, arquitetura e medicina estarão entre os cursos preferidos dos vestibulandos da USP, que hoje têm a última chance de entregar sua ficha de inscrição. Mas, entre os aprovados, serão nessas carreiras que calouros com renda familiar maior se darão melhor.
É o que mostram os dados do vestibular 2006 na principal universidade do país. Os três cursos são os que possuem a maior porcentagem de estudantes com renda familiar mensal superior a R$ 10 mil.
Em direito, 25,5% dos candidatos aprovados no vestibular do ano passado estavam nessa faixa, seguido de arquitetura (24,3%) e medicina (23,8%).
As três carreiras aparecem entre as que possuem a maior demanda absoluta no vestibular (acima de 2.000 inscrições). A mais procurada foi medicina, com 12.452 candidatos.
Na relação de dez cursos com maiores percentuais de alunos na faixa mais alta de renda, seis são carreiras com procura superior a 2.000 candidatos.
No outro extremo, nas dez carreiras com mais aprovados com renda inferior a R$ 500, nenhuma teve 2.000 inscritos.
A opção com mais alunos nessa faixa é ciências da informação e da documentação, em Ribeirão Preto (10,2%), seguido de química, com 10%.
Elizabeth Balbachevsky, do Nupes (Núcleo de Pesquisa sobre o Ensino Superior da USP), diz que camadas socioeconômicas altas tendem a predominar em carreiras como direito, arquitetura e medicina "porque elas exigem muito do aluno, principalmente na questão financeira". Ela cita, por exemplo, gasto com compra de livro.
Outra explicação, diz Balbachevsky, é que "são opções que fazem parte do projeto de ascensão social da classe média".
A pró-reitora de graduação da USP, Selma Garrido Pimenta, disse que não poderia comentar os dados pois não conhecia nenhuma pesquisa sobre o assunto. (FÁBIO TAKAHASHI)


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