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Direito, arquitetura e medicina são, na USP, cursos da "elite"
Carreiras são as três com o maior percentual de aprovados
que declararam ter uma renda familiar superior a R$ 10 mil
Das dez profissões com maior
percentual de calouros cuja
família possui renda elevada,
seis estão entre aquelas
de maior concorrência
DA REPORTAGEM LOCAL
Mantida a lógica dos últimos
anos, direito, arquitetura e medicina estarão entre os cursos
preferidos dos vestibulandos
da USP, que hoje têm a última
chance de entregar sua ficha de
inscrição. Mas, entre os aprovados, serão nessas carreiras
que calouros com renda familiar maior se darão melhor.
É o que mostram os dados do
vestibular 2006 na principal
universidade do país. Os três
cursos são os que possuem a
maior porcentagem de estudantes com renda familiar
mensal superior a R$ 10 mil.
Em direito, 25,5% dos candidatos aprovados no vestibular
do ano passado estavam nessa
faixa, seguido de arquitetura
(24,3%) e medicina (23,8%).
As três carreiras aparecem
entre as que possuem a maior
demanda absoluta no vestibular (acima de 2.000 inscrições).
A mais procurada foi medicina,
com 12.452 candidatos.
Na relação de dez cursos com
maiores percentuais de alunos
na faixa mais alta de renda, seis
são carreiras com procura superior a 2.000 candidatos.
No outro extremo, nas dez
carreiras com mais aprovados
com renda inferior a R$ 500,
nenhuma teve 2.000 inscritos.
A opção com mais alunos
nessa faixa é ciências da informação e da documentação, em
Ribeirão Preto (10,2%), seguido de química, com 10%.
Elizabeth Balbachevsky, do
Nupes (Núcleo de Pesquisa sobre o Ensino Superior da USP),
diz que camadas socioeconômicas altas tendem a predominar em carreiras como direito,
arquitetura e medicina "porque elas exigem muito do aluno, principalmente na questão
financeira". Ela cita, por exemplo, gasto com compra de livro.
Outra explicação, diz Balbachevsky, é que "são opções que
fazem parte do projeto de ascensão social da classe média".
A pró-reitora de graduação
da USP, Selma Garrido Pimenta, disse que não poderia comentar os dados pois não conhecia nenhuma pesquisa sobre o assunto.
(FÁBIO TAKAHASHI)
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