DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO

Quem foi ontem ao 47º DP (Capão Redondo, zona sul de SP) para solucionar casos "simples" saiu irritado com a falta de atendimento.
"Os policiais daqui me disseram que estão em greve. Que meu caso é pequeno e pode ser feito em outro dia ou pela internet", disse o operador de telemarketing Reury de Souza, 21, que disse ter tido a carteira, com os documentos, inclusive o de identidade, furtada.
"O que vou dizer se a PM me parar e pedir meus documentos? Que me levaram tudo e a Polícia Civil não quis fazer o boletim de ocorrência porque estava em greve?", disse Souza.
O delegado Paulo Gaeta, do 47º DP, afirmou que as pessoas que não têm casos urgentes são orientadas a fazer a ocorrência pela internet ou ir à delegacia em outro dia, conforme a cartilha do movimento grevista.
Muita gente também reclamou no interior do Estado. "É brincadeira a polícia entrar em greve, né?", disse a auxiliar administrativa Kelli Rezende, que foi barrada no 1º DP de Ribeirão Preto. Ela não conseguiu registrar boletim de ocorrência de dois cheques que sumiram de sua bolsa. "A empresa me pagou, e os cheques sumiram. E agora? Alguém pode descontar os cheques, e eu terei que arcar com o prejuízo de R$ 800."
O carpinteiro Admael de Oliveira, 52, também voltou para casa sem registrar o furto de quatro ferramentas que estavam em seu carro. "Um prejuízo de R$ 2.000", afirmou.
Já o agente de viagens Ricardo Morato, 29, não conseguir uma cópia do boletim de ocorrência de um acidente que sofreu no fim de semana.
No 1º DP de Campinas, por exemplo, a Folha constatou que as pessoas eram orientadas a registrar ocorrências de menor gravidade no site da Secretaria da Segurança Pública (www.ssp.sp.gov.br). "Tentei registrar o furto de um rádio do meu veículo e me orientaram a usar a internet", disse o comerciante Paulo Dias, 39.


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