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Mãe e filho vão
juntos à escola
da enviada especial
Todos as semanas, de terça a
sexta, Josefa Maria Medeiros Batista deixa sua casa, acompanhada do filho José Emídio, e caminha sete quilômetros durante
uma hora e meia para aprender a
ler e a escrever.
Ele vive em um sítio localizado
na divisa dos municípios de Dona
Inês e Bananeiras. Como mora
"do lado de lá do rio", considera-se habitante de Bananeiras.
Aos 46 anos, Josefa está frequentando, pela primeira vez na
vida, uma escola.
"Minha escola sempre foi a enxada", diz, ao descrever sua atividade durante o dia. "A gente planta, mas, como não chove, não
cresce nada."
Desde agosto, porém, ela está se
dedicando a uma atividade nova
além do trabalho na roça. Ela faz
parte do grupo de 25 jovens e
adultos atendidos no núcleo do
sítio Boa Vista do Alfabetização
Solidária em Dona Inês.
"Não sabia de nada. Agora leio
as placas se conheço as letras", diz
ela.
Mas, apesar de satisfeita com o
próprio desempenho, ela ainda
não atingiu seu maior objetivo:
escrever o próprio nome. "É o
mais importante."
Seu filho Emídio está tão entusiasmado quanto a mãe. "Não
quero parar mais. Perdi muito
tempo e agora quero seguir em
frente", diz ele. Ir em frente significa, para esse rapaz de 23 anos,
deixar a vida na roça e conseguir
um emprego na cidade.
Assim como eles, há vários outros casos de famílias aprendendo
juntas nas salas do Alfabetização
Solidária.
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