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Aluna assina
nova identidade
da enviada especial
Em julho passado, a dona-de-casa Maria das Dores do Arte, 60,
tirou uma carteira de identidade
nova. O motivo? Como ela aprendeu a assinar o próprio nome, teve o documento antigo, em que
era identificada por meio da impressão digital, substituído por
outro, com seu nome por extenso.
A história de Maria das Dores é
semelhante à de todos os alunos
que participaram do Alfabetização Solidária em Dona Inês: ao final do curso, recebem, em uma
solenidade oficial, carteiras de
identidade novas. É a chamada
"Festa da Identidade".
"Mais do que aprender a ler e a
escrever, a gente quer que o aluno
perceba o mundo em que vive,
desenvolvendo o sentido de cidadania. A entrega das identidades
novas está relacionada a isso", diz
José Júnior dos Santos, coordenador em Dona Inês.
Desistência
Evandro Soares de Lima, 20,
tem dupla jornada de trabalho.
Durante o dia, corta pedras na pedreira em Dona Inês. À noite, trabalha no supermercado local.
Foi aluno do Alfabetização Solidária no primeiro semestre de 98,
queria continuar os estudos, mas
acabou desistindo.
"Tenho mulher e filha para sustentar. Não dá tempo de estudar.
Também não sei se vale a pena.
Não aprendo nada mesmo", diz.
Embora duvide da própria capacidade, Lima admite que ter
aprendido a ler facilitou a vida dele. "Já sei separaras notas de mercadorias no supermercado. Meu
trabalho ficou mais fácil", diz.
(MAv)
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