São Paulo, Domingo, 17 de Outubro de 1999
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Aluna assina nova identidade

da enviada especial

Em julho passado, a dona-de-casa Maria das Dores do Arte, 60, tirou uma carteira de identidade nova. O motivo? Como ela aprendeu a assinar o próprio nome, teve o documento antigo, em que era identificada por meio da impressão digital, substituído por outro, com seu nome por extenso.
A história de Maria das Dores é semelhante à de todos os alunos que participaram do Alfabetização Solidária em Dona Inês: ao final do curso, recebem, em uma solenidade oficial, carteiras de identidade novas. É a chamada "Festa da Identidade".
"Mais do que aprender a ler e a escrever, a gente quer que o aluno perceba o mundo em que vive, desenvolvendo o sentido de cidadania. A entrega das identidades novas está relacionada a isso", diz José Júnior dos Santos, coordenador em Dona Inês.

Desistência
Evandro Soares de Lima, 20, tem dupla jornada de trabalho. Durante o dia, corta pedras na pedreira em Dona Inês. À noite, trabalha no supermercado local.
Foi aluno do Alfabetização Solidária no primeiro semestre de 98, queria continuar os estudos, mas acabou desistindo.
"Tenho mulher e filha para sustentar. Não dá tempo de estudar. Também não sei se vale a pena. Não aprendo nada mesmo", diz.
Embora duvide da própria capacidade, Lima admite que ter aprendido a ler facilitou a vida dele. "Já sei separaras notas de mercadorias no supermercado. Meu trabalho ficou mais fácil", diz. (MAv)

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