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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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RETRATO DO BRASIL

De 1995 a 2000, a capital paulista recebeu 410 mil moradores, principalmente nordestinos, mas "exportou" 380 mil

Alta rotatividade marca migração em SP

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A cidade de São Paulo funciona como uma porta giratória no fluxo de migração no Brasil. Apesar de continuar recebendo migrantes de todo o país, com destaque para a região Nordeste, a cidade também tem um fluxo grande de pessoas que saem para viver em outros locais. Entre 1995 e 2000, foram recebidos 410 mil migrantes, 73,1% provenientes do Nordeste, e os demais sobretudo do Sudeste e do Sul. No mesmo período, 380 mil saíram da capital.
De acordo com pesquisa da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados) divulgada ontem, com base no Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), dos nordestinos que migraram para São Paulo, a maioria é da Bahia (30%), seguidos de pernambucanos (13,1%).
As pessoas que deixaram a cidade seguiram rumo a Minas Gerais (20,7%), Bahia (16,2%) e Paraná (10,7%), entre outros.

Grande São Paulo
Na região metropolitana de São Paulo, o total de moradores que trocaram de Estado atinge 544 mil. Como no caso da capital, aqueles que abandonaram a região metropolitana tiveram como principal destino os Estados de Minas Gerais (20,9%), Bahia (15,3%) e Paraná (11,5%).
Para Sonia Perillo, demógrafa da Seade, "o número de pessoas que vêm para São Paulo ainda é grande, mas o Estado está perdendo seu poder de atração". Ela afirmou que, na década de 70, os migrantes representavam 42% da população -agora são 24,8%.
O levantamento da Seade também mostra que 720 mil migrantes, correspondentes a 58% do total de pessoas que chegaram ao Estado entre 1995-2000, tiveram como destino a região metropolitana de São Paulo.

Estado
A população do Estado de São Paulo, em 2000, era de 37 milhões de habitantes. Desse total, 75,2% correspondia a pessoas nascidas no próprio Estado, enquanto 24,8% eram vindas de outros locais. Entre esses 9,1 milhões de migrantes, predominam os mineiros (20,7%), seguidos dos baianos (19,7%) e paranaenses (12,9%).
Entre 1986 e 1991, O Estado recebeu 1,4 milhão de migrantes. Entre 1995 e 2000, esse volume foi de 1,2 milhão de migrantes, o que significa uma redução de 12%.
Já o fluxo contrário aumentou 36%. Entre 1986 e 1991, 648 mil pessoas trocaram seu domicílio por outro Estado. Entre 1995 e 2000, esse número foi de 884 mil.
Dentre os novos moradores que se instalaram em São Paulo de 1995 a 2000, 36,4% tinham entre 15 e 24 anos.


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