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RETRATO DO BRASIL
De 1995 a 2000, a capital paulista recebeu 410 mil moradores, principalmente nordestinos, mas "exportou" 380 mil
Alta rotatividade marca migração em SP
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A cidade de São Paulo funciona
como uma porta giratória no fluxo de migração no Brasil. Apesar
de continuar recebendo migrantes de todo o país, com destaque
para a região Nordeste, a cidade
também tem um fluxo grande de
pessoas que saem para viver em
outros locais. Entre 1995 e 2000,
foram recebidos 410 mil migrantes, 73,1% provenientes do Nordeste, e os demais sobretudo do
Sudeste e do Sul. No mesmo período, 380 mil saíram da capital.
De acordo com pesquisa da Seade (Fundação Sistema Estadual
de Análise de Dados) divulgada
ontem, com base no Censo 2000
do IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), dos nordestinos que migraram para São
Paulo, a maioria é da Bahia (30%),
seguidos de pernambucanos
(13,1%).
As pessoas que deixaram a cidade seguiram rumo a Minas Gerais
(20,7%), Bahia (16,2%) e Paraná
(10,7%), entre outros.
Grande São Paulo
Na região metropolitana de São
Paulo, o total de moradores que
trocaram de Estado atinge 544
mil. Como no caso da capital,
aqueles que abandonaram a região metropolitana tiveram como
principal destino os Estados de
Minas Gerais (20,9%), Bahia
(15,3%) e Paraná (11,5%).
Para Sonia Perillo, demógrafa
da Seade, "o número de pessoas
que vêm para São Paulo ainda é
grande, mas o Estado está perdendo seu poder de atração". Ela
afirmou que, na década de 70, os
migrantes representavam 42% da
população -agora são 24,8%.
O levantamento da Seade também mostra que 720 mil migrantes, correspondentes a 58% do total de pessoas que chegaram ao
Estado entre 1995-2000, tiveram
como destino a região metropolitana de São Paulo.
Estado
A população do Estado de São
Paulo, em 2000, era de 37 milhões
de habitantes. Desse total, 75,2%
correspondia a pessoas nascidas
no próprio Estado, enquanto
24,8% eram vindas de outros locais. Entre esses 9,1 milhões de
migrantes, predominam os mineiros (20,7%), seguidos dos
baianos (19,7%) e paranaenses
(12,9%).
Entre 1986 e 1991, O Estado recebeu 1,4 milhão de migrantes. Entre 1995 e 2000, esse volume foi de
1,2 milhão de migrantes, o que
significa uma redução de 12%.
Já o fluxo contrário aumentou
36%. Entre 1986 e 1991, 648 mil
pessoas trocaram seu domicílio
por outro Estado. Entre 1995 e
2000, esse número foi de 884 mil.
Dentre os novos moradores que
se instalaram em São Paulo de
1995 a 2000, 36,4% tinham entre
15 e 24 anos.
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