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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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DIREITOS HUMANOS

Problemas na liberação de recursos e falta de entrosamento entre governos dificultam concessão de benefício

No país, 89 testemunhas ficam sem proteção

TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

Por problemas na liberação de verbas, 89 pessoas estão na lista de espera do programa de proteção a testemunhas no Brasil. O número é referente aos pedidos que ainda não foram contemplados pelos sistemas de proteção mantidos pelos Estados ou pelo programa do governo federal.
Atualmente, 16 Estados têm programas de proteção a testemunhas implantados. Esses sistemas funcionam por meio de convênio com o governo federal -via Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Nos Estados em que não há programas regionais, as testemunhas contam com o programa federal. Nesses casos, a Polícia Federal concede auxílios por intermédio do Serviço de Proteção ao Depoente Especial.
Dos R$ 14,4 milhões previstos para o programa de proteção nacional, apenas R$ 5,9 milhões foram liberados pelo governo (41%), segundo a secretaria. Mas, em alguns Estados, os processos de pedido de proteção não estão sendo atendidos imediatamente.
Entre as pessoas que moram em Estados sem programas regionais, 23 estão à espera de que o processo de proteção seja concluído. Os candidatos precisam ser avaliados pelo Ministério Público Estadual e pela secretaria.
O programa garante a segurança de pessoas ameaçadas de diversas formas. Em casos de menor risco, a pessoa recebe uma escolta de agentes. Em casos mais graves, porém, a testemunha pode ser obrigada a mudar de identidade e até ser transferida de cidade. Os programas são estendidos para os familiares e dependentes. Em média, nos Estados em que há o programa, 30 pessoas são atendidas.
Alguns dos casos listados não foram causados pelos atrasos de repasses de verbas do governo federal. No Distrito Federal, por exemplo, dez pessoas não receberam proteção devido à falta de acerto entre governos.
Para Nilmário Miranda, secretário especial dos Direitos Humanos, é preciso que os Estados participem mais ativamente.
O caso mais grave ocorre em Pernambuco, onde 20 pessoas estão na lista de espera. A entidade responsável pelo gerenciamento do projeto no Estado não recebe os repasses de recursos federais desde o dia 31 de julho. Atualmente, o Estado protege 80 pessoas. Pernambuco, porém, segundo o Movimento Nacional dos Direitos Humanos, participa ativamente do programa.


Colaborou FÁBIO GUIBU, da Agência Folha


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