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DIREITOS HUMANOS
Problemas na liberação de recursos e falta de entrosamento entre governos dificultam concessão de benefício
No país, 89 testemunhas ficam sem proteção
TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA
Por problemas na liberação de
verbas, 89 pessoas estão na lista de
espera do programa de proteção a
testemunhas no Brasil. O número
é referente aos pedidos que ainda
não foram contemplados pelos
sistemas de proteção mantidos
pelos Estados ou pelo programa
do governo federal.
Atualmente, 16 Estados têm
programas de proteção a testemunhas implantados. Esses sistemas funcionam por meio de convênio com o governo federal
-via Secretaria Especial dos Direitos Humanos. Nos Estados em
que não há programas regionais,
as testemunhas contam com o
programa federal. Nesses casos, a
Polícia Federal concede auxílios
por intermédio do Serviço de Proteção ao Depoente Especial.
Dos R$ 14,4 milhões previstos
para o programa de proteção nacional, apenas R$ 5,9 milhões foram liberados pelo governo
(41%), segundo a secretaria. Mas,
em alguns Estados, os processos
de pedido de proteção não estão
sendo atendidos imediatamente.
Entre as pessoas que moram em
Estados sem programas regionais, 23 estão à espera de que o
processo de proteção seja concluído. Os candidatos precisam
ser avaliados pelo Ministério Público Estadual e pela secretaria.
O programa garante a segurança de pessoas ameaçadas de diversas formas. Em casos de menor
risco, a pessoa recebe uma escolta
de agentes. Em casos mais graves,
porém, a testemunha pode ser
obrigada a mudar de identidade e
até ser transferida de cidade. Os
programas são estendidos para os
familiares e dependentes. Em média, nos Estados em que há o programa, 30 pessoas são atendidas.
Alguns dos casos listados não
foram causados pelos atrasos de
repasses de verbas do governo federal. No Distrito Federal, por
exemplo, dez pessoas não receberam proteção devido à falta de
acerto entre governos.
Para Nilmário Miranda, secretário especial dos Direitos Humanos, é preciso que os Estados participem mais ativamente.
O caso mais grave ocorre em
Pernambuco, onde 20 pessoas estão na lista de espera. A entidade
responsável pelo gerenciamento
do projeto no Estado não recebe
os repasses de recursos federais
desde o dia 31 de julho. Atualmente, o Estado protege 80 pessoas. Pernambuco, porém, segundo o Movimento Nacional dos Direitos Humanos, participa ativamente do programa.
Colaborou FÁBIO GUIBU, da Agência Folha
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