JULIO ABRAMCZYK

Pela primeira vez em mais de 25 anos de tentativas para obter uma vacina contra a malária, a RTS,S/ ASO2A se mostra efetiva. Os resultados de pesquisa realizada em Moçambique, na África são relatados na última edição da revista "The Lancet". A vacina é segura, bem tolerada e imunogênica, referem Pedro L. Alonso e colaboradores da Universidade de Barcelona (Espanha) e do Centro de Pesquisas de Moçambique.
A pesquisa envolveu cerca de duas mil crianças e mostrou eficácia e segurança quando a vacina é aplicada em crianças com idade entre 1 e 4 anos de idade.
A vacina age antes que as células vermelhas do sangue se infectem com o Plamodium falciparum, o agente que provoca a forma mais severa de malária. Pela sua composição a partir de polipetídeos do próprio Plasmodium falciparum, associada a uma formulação sofisticada, a vacina induz a uma forte resposta de anticorpos e estimula a imunidade celular.
As autoridades sanitárias estimam a ocorrência de mais de um milhão de mortes, a cada ano, em todo o mundo, provocada pela malária. Mais de 40% das crianças do mundo vivem em países onde a malária é endêmica. Cerca de 90% das mortes pela doença ocorrem na África, principalmente entre crianças. O desenvolvimento desta vacina é o resultado da parceria GlaxoSmithKline Biologicals com o programa Iniciativa para Pesquisa em Vacinas, da Organização Mundial da Saúde.


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