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Para arcebispo, padre foi vítima de sua atividade
DA REPORTAGEM LOCAL
O arcebispo de São Paulo,
dom Odilo Scherer, afirmou
ontem que o padre Júlio Lancelotti foi vítima da atividade de
risco que desempenha.
"Ele faz trabalho na área de
risco, com pessoas em situação
de risco e, portanto, uma área
onde também esse tipo de fato
pode acontecer", afirmou.
Dom Odilo disse que o padre
Júlio tem o apoio da Arquidiocese de São Paulo. "Estou totalmente do lado do padre, seguro
de que não há nada em relação
àquilo que ele está sendo acusado, porque foi o próprio padre
que levou o caso de chantagem
à polícia", afirmou.
O arcebispo disse que o padre
Júlio, ao dar dinheiro ao ex-interno da antiga Febem, estava
apenas ajudando o jovem na
sua recuperação social. "Depois, pouco a pouco, foi se tornando uma forma extorsiva."
Sobre o pagamento das prestações do financiamento de
uma Pajero 2004, no valor de
R$ 40 mil, para o ex-interno, o
arcebispo foi mais cauteloso.
"Bem, o que vou dizer? Nem
por isso não se configura numa
forma de ajudar uma pessoa.
Eu tenho confiança de que a
polícia vai fazer o trabalho e o
padre Júlio possa continuar o
trabalho dele", disse.
Segundo o arcebispo, o padre
vai continuar nas suas funções,
sem sofrer qualquer tipo de
apuração interna. "O caso está
entregue à polícia. A investigação é em cima da extorsão. Não
há outros fatos."
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