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Paralisação completa um mês e tem adesão até de delegados
DA REPORTAGEM LOCAL
A greve dos policiais civis,
que completou um mês, foi decidida em assembléia no dia 20
de julho. Cerca de 500 dos 35
mil policiais participaram.
Naquele dia, as entidades
marcaram o início de uma operação padrão para 13 de agosto
e colocaram uma campanha
publicitária na TV. O Estado foi
à Justiça e conseguiu barrar a
propaganda, com o argumento
de que ela provocava insegurança na população.
Desde então, as tentativas de
negociação foram infrutíferas.
Um dos motivos foi a falta de
consenso nas próprias entidades sindicais. Não havia, por
exemplo, um pedido único de
reajuste. Uma das entidades,
por exemplo, reivindicava
200% de reajuste salarial.
Um número fechado só foi
apresentado após a Justiça tentar intermediar o acordo. Isso
ocorreu após a greve ser iniciada, em 13 de agosto, e ter durado sete horas. A suspensão
atendeu solicitação da Justiça.
Os policiais passaram a pedir
15% de reajuste imediato e
mais outros 12%, em 2009 e em
2010. Já pediam, porém, eleição direta do delegado-geral
-cargo estratégico e de confiança do governador.
Um delegado em início de
carreira ganha R$ 3.708,18 -o
pior salário do país. A média salarial é de R$ 7.085,85, mais
baixa que o piso de 11 Estados.
O governo apresentou uma
proposta: R$ 500 milhões de
reajuste em 2009 e o fim da
quinta classe (piso da carreira).
Sem chegar a um acordo, a
trégua durou até o dia 16 de setembro, quando os policiais iniciaram a greve. A paralisação é
pior no interior, mas atinge
muitas delegacias na capital. A
Folha chegou a contabilizar
num dia a adesão de 73 dos 93
distritos policiais da capital.
O governo fez uma nova proposta: reajuste de 6,2%, aposentadoria especial e mais a
transformação da quarta classe
em estágio probatório (o policial é promovido após três
anos). Com isso, o piso do delegado passaria a ser de R$ 5.524.
Também não foi aceito.
A ordem do comando de greve era só atender casos graves,
mas várias ocorrências de roubo ou ameaça de morte não foram registradas. Além de investigadores, aderiram ao movimento delegados e até alguns
delegados seccionais.
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