São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2008

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Paralisação completa um mês e tem adesão até de delegados

DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos policiais civis, que completou um mês, foi decidida em assembléia no dia 20 de julho. Cerca de 500 dos 35 mil policiais participaram.
Naquele dia, as entidades marcaram o início de uma operação padrão para 13 de agosto e colocaram uma campanha publicitária na TV. O Estado foi à Justiça e conseguiu barrar a propaganda, com o argumento de que ela provocava insegurança na população.
Desde então, as tentativas de negociação foram infrutíferas. Um dos motivos foi a falta de consenso nas próprias entidades sindicais. Não havia, por exemplo, um pedido único de reajuste. Uma das entidades, por exemplo, reivindicava 200% de reajuste salarial.
Um número fechado só foi apresentado após a Justiça tentar intermediar o acordo. Isso ocorreu após a greve ser iniciada, em 13 de agosto, e ter durado sete horas. A suspensão atendeu solicitação da Justiça.
Os policiais passaram a pedir 15% de reajuste imediato e mais outros 12%, em 2009 e em 2010. Já pediam, porém, eleição direta do delegado-geral -cargo estratégico e de confiança do governador.
Um delegado em início de carreira ganha R$ 3.708,18 -o pior salário do país. A média salarial é de R$ 7.085,85, mais baixa que o piso de 11 Estados. O governo apresentou uma proposta: R$ 500 milhões de reajuste em 2009 e o fim da quinta classe (piso da carreira).
Sem chegar a um acordo, a trégua durou até o dia 16 de setembro, quando os policiais iniciaram a greve. A paralisação é pior no interior, mas atinge muitas delegacias na capital. A Folha chegou a contabilizar num dia a adesão de 73 dos 93 distritos policiais da capital.
O governo fez uma nova proposta: reajuste de 6,2%, aposentadoria especial e mais a transformação da quarta classe em estágio probatório (o policial é promovido após três anos). Com isso, o piso do delegado passaria a ser de R$ 5.524. Também não foi aceito.
A ordem do comando de greve era só atender casos graves, mas várias ocorrências de roubo ou ameaça de morte não foram registradas. Além de investigadores, aderiram ao movimento delegados e até alguns delegados seccionais.


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