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Comando Azul
Grupos formados por agentes de segurança, foco central do sucesso "Tropa de Elite 2", não param de crescer no Rio
ITALO NOGUEIRA
DO RIO
Alçadas ao centro do debate público pelo filme "Tropa
de Elite 2", já visto por mais
de 3 milhões de pessoas, as
milícias do Rio, principal desafio da segurança no Estado, não param de crescer.
São quadrilhas formadas
por policiais, bombeiros,
agentes penitenciários, ex-agentes de segurança pública e civis que cobram taxas
de moradores de determinada região e de comerciantes
para manter a "paz" na área.
São chamados de Comando Azul -a cor da polícia-,
referência direta ao Comando Vermelho, uma das principais facções do tráfico.
A ficção do diretor José Padilha se espelha bastante no
que ocorre de fato na cidade.
A favela Rio das Pedras,
onde surgiram as milícias na
década de 70, é chamada no
filme de Rio das Rochas.
O grupo Liga da Justiça,
um dos vários que surgiram
na zona oeste a partir de
2000, foi rebatizado no "Tropa 2" de Pavilhão da Justiça.
O fortalecimento dos grupos milicianos levou seus representantes a cargos eletivos na Câmara Municipal e
na Assembleia Legislativa.
A lucratividade do esquema, porém, provocou mortes
na disputa por comandos.
A mesma Rio das Pedras
que inspirou os grupos paramilitares assistiu à morte,
nos últimos três anos, de um
policial civil e um vereador,
ambos em disputa pela área.
Aos poucos, as quadrilhas
que antes mantinham o discurso de que "afastavam traficantes" agora toleram até a
venda de drogas, tudo em
busca de mais recursos.
Há relatos, inclusive, de
negociação financeira pelo
controle de favelas entre facções do tráfico e milicianos.
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