São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2010

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Comando Azul

Grupos formados por agentes de segurança, foco central do sucesso "Tropa de Elite 2", não param de crescer no Rio

ITALO NOGUEIRA
DO RIO

Alçadas ao centro do debate público pelo filme "Tropa de Elite 2", já visto por mais de 3 milhões de pessoas, as milícias do Rio, principal desafio da segurança no Estado, não param de crescer.
São quadrilhas formadas por policiais, bombeiros, agentes penitenciários, ex-agentes de segurança pública e civis que cobram taxas de moradores de determinada região e de comerciantes para manter a "paz" na área.
São chamados de Comando Azul -a cor da polícia-, referência direta ao Comando Vermelho, uma das principais facções do tráfico.
A ficção do diretor José Padilha se espelha bastante no que ocorre de fato na cidade.
A favela Rio das Pedras, onde surgiram as milícias na década de 70, é chamada no filme de Rio das Rochas.
O grupo Liga da Justiça, um dos vários que surgiram na zona oeste a partir de 2000, foi rebatizado no "Tropa 2" de Pavilhão da Justiça.
O fortalecimento dos grupos milicianos levou seus representantes a cargos eletivos na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa.
A lucratividade do esquema, porém, provocou mortes na disputa por comandos.
A mesma Rio das Pedras que inspirou os grupos paramilitares assistiu à morte, nos últimos três anos, de um policial civil e um vereador, ambos em disputa pela área.
Aos poucos, as quadrilhas que antes mantinham o discurso de que "afastavam traficantes" agora toleram até a venda de drogas, tudo em busca de mais recursos.
Há relatos, inclusive, de negociação financeira pelo controle de favelas entre facções do tráfico e milicianos.


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