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Boeing caiu em espiral por 1 minuto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Boeing foi atingido na
asa esquerda pelo Legacy,
o que o levou a um mergulho em espiral que gerou
sua desintegração completa a 7.887 pés de altitude
(2,4 km), atingindo o chão
em pouco mais de um minuto. Esse é o resumo do
que ocorreu após o choque, feito pela comissão do
Cenipa (Centro de Prevenção e Investigação de
Acidentes Aeronáuticos).
Segundo o coronel Rufino Ferreira, "não houve
percepção visual prévia"
nem do Legacy nem do
Boeing de que eles estavam em rota de colisão, inclusive porque não há registro de nenhuma tentativa de manobra evasiva,
ou seja, de gestos para tentar evitar a colisão. "Ninguém viu ninguém."
O mais provável é que a
asa esquerda do Legacy tenha atingido a asa também
esquerda do Boeing, que
entrou num "imediato
mergulho até o solo". Um
dos motivos que leva a essa forte suposição é que,
até hoje, a ponta da asa esquerda do avião da Gol não
foi localizada. Provavelmente foi a primeira parte
que se perdeu e está longe
dos demais pedaços.
Os destroços, encontrados na região da serra do
Cachimbo, em Mato Grosso, estão muito espalhados. As maiores distâncias
foram de 535 metros entre
as asas e a cabine de comando e de 459 metros
entre as asas e o estabilizador e o motor.
O relatório preliminar
registra a queda desde os
37 mil pés até 7.887 pés de
altitude, quando ocorreu o
corte de energia. A caixa-preta do avião, cujos dados
continuam sob sigilo, indica que isso aconteceu em
54 segundos. O impacto no
solo deve ter ocorrido
poucos segundos depois.
A velocidade do Boeing,
no momento do choque,
era de 800 km/h e, com a
colisão, numa superfície
vital, como a asa, entrou
num "movimento rotacional", muito difícil para
qualquer piloto controlar.
A comissão é presidida
por Ferreira e integrada
por representantes das
empresas que fabricam os
aviões e seus equipamentos, operadores, controladores de tráfego aéreo,
funcionários da infra-estrutura aeroportuária e
entidades de classe. Os familiares foram convidados
a indicar representantes.
A comissão tem um total de 10 meses para concluir os trabalhos, mas Rufino ressalvou que há precedentes de investigações
de acidentes aéreos no
mundo que duram até cinco anos.
(EC e IG)
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