São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Boeing caiu em espiral por 1 minuto

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Boeing foi atingido na asa esquerda pelo Legacy, o que o levou a um mergulho em espiral que gerou sua desintegração completa a 7.887 pés de altitude (2,4 km), atingindo o chão em pouco mais de um minuto. Esse é o resumo do que ocorreu após o choque, feito pela comissão do Cenipa (Centro de Prevenção e Investigação de Acidentes Aeronáuticos).
Segundo o coronel Rufino Ferreira, "não houve percepção visual prévia" nem do Legacy nem do Boeing de que eles estavam em rota de colisão, inclusive porque não há registro de nenhuma tentativa de manobra evasiva, ou seja, de gestos para tentar evitar a colisão. "Ninguém viu ninguém."
O mais provável é que a asa esquerda do Legacy tenha atingido a asa também esquerda do Boeing, que entrou num "imediato mergulho até o solo". Um dos motivos que leva a essa forte suposição é que, até hoje, a ponta da asa esquerda do avião da Gol não foi localizada. Provavelmente foi a primeira parte que se perdeu e está longe dos demais pedaços.
Os destroços, encontrados na região da serra do Cachimbo, em Mato Grosso, estão muito espalhados. As maiores distâncias foram de 535 metros entre as asas e a cabine de comando e de 459 metros entre as asas e o estabilizador e o motor.
O relatório preliminar registra a queda desde os 37 mil pés até 7.887 pés de altitude, quando ocorreu o corte de energia. A caixa-preta do avião, cujos dados continuam sob sigilo, indica que isso aconteceu em 54 segundos. O impacto no solo deve ter ocorrido poucos segundos depois.
A velocidade do Boeing, no momento do choque, era de 800 km/h e, com a colisão, numa superfície vital, como a asa, entrou num "movimento rotacional", muito difícil para qualquer piloto controlar.
A comissão é presidida por Ferreira e integrada por representantes das empresas que fabricam os aviões e seus equipamentos, operadores, controladores de tráfego aéreo, funcionários da infra-estrutura aeroportuária e entidades de classe. Os familiares foram convidados a indicar representantes.
A comissão tem um total de 10 meses para concluir os trabalhos, mas Rufino ressalvou que há precedentes de investigações de acidentes aéreos no mundo que duram até cinco anos. (EC e IG)










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