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LEGISLATIVO
Ida à oposição foi só ameaça
Derrotados decidem manter apoio à prefeita
DA REPORTAGEM LOCAL
Vereadores que se opuseram à
eleição do candidato do governo à
presidência da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), cobraram ontem o cumprimento de
acordos que fecharam com a administração, mas declararam que
não farão oposição ao Executivo.
Na eleição de anteontem, Antônio Carlos Rodrigues (PL) obteve
25 votos e Tatto, 29. Do grupo que
apoiou Rodrigues, pelo menos sete vereadores são da base de apoio
da prefeita Marta Suplicy (PT).
Rodrigues havia dito que, se fosse derrotado, iria para a oposição.
Mas não havia ontem sinais de
que o grupo que apoiou o vereador irá se articular dessa maneira.
"Em nenhum momento vou querer atrapalhar a cidade", disse Rodrigues ontem sobre a "oposição
responsável" que pretende fazer.
Mesmo na Comissão de Finanças, onde o grupo de Rodrigues
tem maioria e poderia impor mudanças em projetos indesejados
pelo governo, como no Orçamento, deverá ser aprovado um relatório favorável à administração.
Cinco vereadores da comissão
que apoiaram Rodrigues anteontem deixaram de comparecer ontem à reunião da Comissão de Finanças em represália ao relator do
Orçamento, Eliseu Gabriel (PDT).
O pedetista havia assumido o
compromisso de votar em Rodrigues para presidente da Câmara e
mudou o voto. Apesar de ele ser
relator do Orçamento, o grupo de
Rodrigues na comissão -cinco
dos nove vereadores- ignorará o
relatório dele e fará um novo parecer. No relatório, não deverá haver retaliação ao governo, como
uma taxa baixa de margem de remanejamento do Orçamento.
Outros projetos do Executivo,
como o IPTU, também devem
passar. "O projeto é polêmico,
mas se não for votado vai prevalecer o do ano passado, sem as isenções", disse Celso Jatene (PTB),
referindo-se à proposta que reajusta em 7% o imposto no ano
que vem e retira benefícios concedidos neste ano, o que pode provocar aumentos de 35%.
Ontem, o vereador Rubens Calvo (PSB), que também votou em
Rodrigues, negou que houvesse
um racha na base aliada. Ele, porém, cobrou o cumprimento de
acordos fechados com o governo,
como a sanção de projetos.
Antonio Goulart (PMDB), outro que apoiou Rodrigues, afirmou que não irá para a oposição,
mas pretende apresentar substitutivos a projetos de interesse do
PT. "Eles vão ter dificuldade para
aprovar projetos", disse.
(CHICO DE GOIS E JOÃO CARLOS SILVA)
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