São Paulo, terça-feira, 17 de dezembro de 2002

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LEGISLATIVO

Ida à oposição foi só ameaça

Derrotados decidem manter apoio à prefeita

DA REPORTAGEM LOCAL

Vereadores que se opuseram à eleição do candidato do governo à presidência da Câmara Municipal, Arselino Tatto (PT), cobraram ontem o cumprimento de acordos que fecharam com a administração, mas declararam que não farão oposição ao Executivo.
Na eleição de anteontem, Antônio Carlos Rodrigues (PL) obteve 25 votos e Tatto, 29. Do grupo que apoiou Rodrigues, pelo menos sete vereadores são da base de apoio da prefeita Marta Suplicy (PT).
Rodrigues havia dito que, se fosse derrotado, iria para a oposição. Mas não havia ontem sinais de que o grupo que apoiou o vereador irá se articular dessa maneira. "Em nenhum momento vou querer atrapalhar a cidade", disse Rodrigues ontem sobre a "oposição responsável" que pretende fazer.
Mesmo na Comissão de Finanças, onde o grupo de Rodrigues tem maioria e poderia impor mudanças em projetos indesejados pelo governo, como no Orçamento, deverá ser aprovado um relatório favorável à administração.
Cinco vereadores da comissão que apoiaram Rodrigues anteontem deixaram de comparecer ontem à reunião da Comissão de Finanças em represália ao relator do Orçamento, Eliseu Gabriel (PDT).
O pedetista havia assumido o compromisso de votar em Rodrigues para presidente da Câmara e mudou o voto. Apesar de ele ser relator do Orçamento, o grupo de Rodrigues na comissão -cinco dos nove vereadores- ignorará o relatório dele e fará um novo parecer. No relatório, não deverá haver retaliação ao governo, como uma taxa baixa de margem de remanejamento do Orçamento.
Outros projetos do Executivo, como o IPTU, também devem passar. "O projeto é polêmico, mas se não for votado vai prevalecer o do ano passado, sem as isenções", disse Celso Jatene (PTB), referindo-se à proposta que reajusta em 7% o imposto no ano que vem e retira benefícios concedidos neste ano, o que pode provocar aumentos de 35%.
Ontem, o vereador Rubens Calvo (PSB), que também votou em Rodrigues, negou que houvesse um racha na base aliada. Ele, porém, cobrou o cumprimento de acordos fechados com o governo, como a sanção de projetos.
Antonio Goulart (PMDB), outro que apoiou Rodrigues, afirmou que não irá para a oposição, mas pretende apresentar substitutivos a projetos de interesse do PT. "Eles vão ter dificuldade para aprovar projetos", disse. (CHICO DE GOIS E JOÃO CARLOS SILVA)


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