São Paulo, sábado, 17 de dezembro de 2005

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Pela 2ª vez, cai total de mortes violentas

DA SUCURSAL DO RIO

O IBGE detectou nos últimos dois anos uma inversão na tendência de aumento da mortalidade por causas violentas no país. Depois de um aumento desde o início dos anos 90 que atingiu seu pico em 2002, o número de brasileiros que morreram por causas não-naturais caiu de 2002 a 2004.
No ano passado, as estatísticas de registro civil indicavam que 105 mil brasileiros morreram de causas como homicídios, acidentes de trânsito, suicídios ou outras não-naturais. Em 2002, esse número foi de 112 mil mortes. Há dez anos, no entanto, esse patamar estava em 98 mil.
Como esse tipo de morte afeta principalmente os jovens do sexo masculino, uma outra maneira de detectar essa leve queda é analisando a taxa de mortalidade por causas violentas na população masculina de 15 a 24 anos. Em 2004, essa taxa era de 137,4 mortes por grupo de 100 mil habitantes. Em 2002, era de 151,1, uma redução de 13,7 pontos no período.
"Sendo um pouco otimista, podemos afirmar que pode estar se iniciando uma leve tendência de declínio da mortalidade por causas violentas em quase todas as regiões. É o segundo ano consecutivo que essa queda ocorre, mas o fato é que ainda está num patamar muito alto", diz o demógrafo do IBGE Celso Simões.
A redução na taxa não ocorreu de maneira igual em todos os Estados. São Paulo, por exemplo, foi o que conseguiu a segunda maior redução, atrás apenas do Amapá, que, por ter população menor, apresenta taxas mais suscetíveis a variações de um ano para o outro.
No caso de São Paulo, a taxa de homens de 15 a 24 anos mortos por causas violentas em 2002 era de 233,9 por 100 mil. Dois anos depois, ela caiu para 177,1 por 100 mil. Mesmo com a redução, o Estado continua com um padrão alto de mortalidade, o quinto maior entre as unidades da Federação.
O Estado onde essa taxa é mais elevada é o Rio. Apesar de ter reduzido de 270,3 por 100 mil para 225 por 100 mil no mesmo período, os fluminenses continuam liderando o ranking da violência entre homens jovens.
Apesar de essas taxas serem maiores em Estados do Sudeste, a pesquisa do IBGE mostra que alguns Estados do Norte têm padrão altíssimo de mortalidade jovem masculina (como Rondônia, Roraima e Amapá) e que, de 2002 para 2004, houve crescimento desta taxa no Nordeste e no Sul.


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