DA REPORTAGEM LOCAL

Foi no segundo casamento que a advogada Maria Lucília de Fátima Ferreira Pereira, 50, divorciada, sentiu que tinha realizado seu "conto de fadas". Ela casou-se novamente há dois anos com o também advogado Roberto Joaquim Ferreira Pereira, depois de 18 anos de convivência e um filho.
"Quem tem medo de oficializar não tem certeza de que ama", diz Maria Lucília, que casou de branco, em uma grande festa, desta vez feita mais para os amigos do que para a família, pois foi o primeiro grupo o que mais conviveu com o casal em todos esses anos.
"Foi uma cerimônia para 240 talheres, tinha até trompete", relembra empolgado o marido, o também advogado Roberto Joaquim Ferreira Pereira, divorciado em 85, e que resolveu adotar o sobrenome da segunda mulher, o Ferreira. "A sensação foi agradável, gratificante. Na primeira vez, eu não tinha maturidade. O amor é muito importante, viu?"
A união ocorreu com cerimônia igual a dos casamentos da Igreja Católica, só que na Igreja Católica Apostólica Brasileira, dissidência que não aceita a norma do Vaticano e acolhe segundas uniões.
"As pessoas casam novamente porque acreditam no matrimônio e que têm condições de recomeçar. Seria estúpido achar que o casamento será igual ao anterior", diz o padre Claudinei Targino, que pertence à igreja e há dois anos celebra segundas uniões.
Dos cerca de 200 atendimentos anuais da agência de relacionamento "Table for Six", a maioria é para pessoas que já tiveram um primeiro casamento e que, no segundo, buscam segurança na pré-seleção feita pela empresa, diz a gerente, Adriana Taromaru. "Eles já vêm para namorar e casar."
O primeiro casamento do engenheiro Eduardo Ferreira, 38, foi aos 25. Quando se separou, sentiu solidão. Por meio de uma reportagem, Ferreira procurou a agência. "Conheci outra menina, ela também veio de outro casamento. Nos demos muito bem e nos casamos. Deu certo porque ela é uma pessoa que tem a ver comigo." (FABIANE LEITE)

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