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RIO
Policiais teriam recebido R$ 50 mil para ajudar na ação
Traficantes "alugaram" carro da PM para seqüestrar jovens, diz acusado
TALITA FIGUEIREDO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Um acusado de participar da
venda de drogas na favela de Parada de Lucas (zona norte do Rio)
preso ontem afirmou que traficantes da favela "alugaram" o carro blindado do 16º BPM para seqüestrar oito jovens da favela rival
de Vigário Geral na madrugada
da última terça-feira. Os seqüestrados teriam sido levados, segundo o preso, dentro do blindado
para Parada de Lucas.
De acordo com a polícia, um
adolescente de 16 anos preso na
terça-feira informou que os traficantes pagaram R$ 50 mil aos policiais para auxiliar na ação criminosa. Durante o seqüestro, os traficantes vestiam fardas da PM. Os
uniformes foram encontrados na
casa onde foi preso o adolescente.
Segundo a PM, o blindado esteve em Vigário Geral uma hora antes do seqüestro para uma operação "legítima" e apreendeu drogas e duas armas. O delegado responsável pelo caso, Marcus Neves, disse que irá apurar a informação, mas que tem reservas sobre depoimentos de presos, já que
tendem a incriminar a polícia.
O jovem preso ontem disse que
os oito seqüestrados foram mortos, esquartejados e jogados aos
porcos. Ele disse ainda que as fardas da PM usadas pelos traficantes foram compradas por R$ 20
cada uma de um "freguês", usuário de drogas que compra entorpecentes na favela.
A PM fez ontem o reconhecimento de 12 policiais suspeitos de
ajudar os traficantes no seqüestro.
Três moradores que haviam sido
seqüestrados pelos traficantes e,
em seguida, libertados, participaram do reconhecimento, mas não
identificaram nenhum policial.
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