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Everaldo, tricampeão no
México,
morreu com mulher, filha e
irmã
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha, em Porto Alegre
Cerca de quatro anos depois de
ter conquistado o título de tricampeão mundial de futebol no México em 1970, o lateral-esquerdo
Everaldo Marques da Silva morreu
em um acidente na BR 290, no Rio
Grande do Sul.
No acidente, que envolveu o
Dodge Dart de Everaldo e um caminhão, também morreram a mulher do jogador, Cleci, a filha mais
nova do casal, Deise, e uma irmã
do atleta, Romilda.
Sofreram ferimentos, mas sobreviveram à tragédia, a outra filha de Everaldo, Denise, o tio Jardelino e a cunhada Madalena. O
motorista do caminhão fugiu sem
prestar socorro.
Everaldo, jogador do Grêmio,
morreu na noite de 27 de outubro
de 1974, quando voltava do interior para Porto Alegre. Ele estava
em campanha para deputado estadual pela extinta Arena. Sua eleição era dada como certa.
O caminhão retornava à estrada
após abastecer, e não teria sinalizado. O motorista disse, à época,
que sinalizou. Nesse caso, Everaldo não teria visto o caminhão ou
não teve tempo de desviar.
O acidente chocou o Estado.
Everaldo foi o único gaúcho a participar da conquista da Jules Rimet. É o único titular da seleção de
70, considerada uma das melhores
de todos os tempos, que já morreu.
Ele estava com 30 anos, sua mulher, 26, a filha, 2, e a irmã, 24. Denise, a filha que tinha 6 anos e saiu
do hospital uma semana depois do
acidente, foi criada por parentes.
Hoje, mãe de três filhos e separada, Denise, 29, mora em Restinga,
na periferia de Porto Alegre.
Shirley, irmã de Everaldo, disse
que o acidente não deixou sequelas na sobrinha, mas declarou que
Denise sentiu a falta dos pais à medida que foi crescendo. Ela Não
concluiu os estudos.
Shirley tem medo de sair à rua.
"Quando o sinal fecha, me certifico se os carros pararam antes para
eu atravessar. Quem sabe agora,
com multas mais pesadas, a gente
passe a viver mais descansada."
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