São Paulo, domingo, 18 de janeiro de 1998.



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Rede de hospitais faz tratamento próprio para vítima de acidente

AUGUSTO GAZIR
da Sucursal de Brasília

Os 171 médicos da Rede Sarah de Hospitais atendem por ano cerca de 190 mil vítimas de acidentes de trânsito -30% do total de casos.
Com hospitais em Brasília, Belo Horizonte, Salvador e São Luiz, a rede não faz tratamento de emergência. É especializada na reabilitação do aparelho locomotor, principalmente dos pacientes que sofreram lesões no cérebro ou na medula. Nessa área, é considerada a melhor do país.
A rede Sarah é uma das 50 instituições no mundo -a única na América Latina- credenciadas pela Associação Norte-Americana de Ortopedia para receber médicos daquele país em período de treinamento.
A rede é administrada pela Associação das Pioneiras Sociais, entidade privada sem fins lucrativos.
Todos os recursos que mantêm os hospitais são repassados pela União e aplicados pela associação. Em 96, a rede recebeu R$ 117 milhões. O atendimento é gratuito.
O piso salarial dos médicos dos hospitais Sarah gira em torno de R$ 5.000. Os profissionais, selecionados por concurso nacional, passam por um período de treinamento antes da contratação e não podem trabalhar em outro lugar.
Os hospitais não terceirizam seus serviços. Todos os funcionários entram por concurso, marcam presença diariamente em relógio de ponto e não têm estabilidade.
"A tecnologia de que nós dispomos é a mesma que você encontra em qualquer lugar. É que aqui os equipamentos funcionam. O milagre é a gestão", disse Eduardo Biavati, sociólogo que trabalha na área de acidentes de trânsito do hospital de Brasília, a sede da rede.
A rede Sarah é interligada por computadores. A distribuição de remédios nos hospitais é personalizada. A compra é feita de acordo com a demanda de cada paciente.
O engenheiro Hamilton Xavier, 44, mudou-se há um mês e meio de Santa Catarina para o hospital de Brasília. Ele sofreu lesão na medula em um acidente de carro e só tem movimentos da cintura para cima. "Aqui, a gente é educado para ter independência. Em Florianópolis, não havia esse tipo de tratamento", disse.



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