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NA FRONTEIRA
Suspeito é apontado como suposto líder do PCC
Acusado de planejar morte de juiz é preso com cocaína no Paraguai
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
Apontado como líder do PCC
(Primeiro Comando da Capital),
facção criminosa dos presídios de
São Paulo, por um juiz federal,
Nilton Cezar Antunes Veron foi
preso pela polícia paraguaia anteontem à noite com 102,8 kg de
cocaína em Pedro Juan Caballero,
cidade do Paraguai separada de
Ponta Porã, Mato Grosso do Sul,
por uma rua.
Veron é acusado de encomendar a morte do juiz federal brasileiro Odilon de Oliveira, que atua
em Ponta Porã, e a do governador
do Departamento (Estado paraguaio) de Amambai, Roberto
Acevedo. A vida dos dois valeria
US$ 100 mil cada uma.
Com Veron, que teria ligação
com o traficante Luiz Fernando
da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, foram apreendidos seis carros com placas brasileiras. A polícia também prendeu o paraguaio
Roselino Maldonado e o brasileiro Luiz Antônio Duarte, conhecido como Pica-pau, que obteve nacionalidade paraguaia.
Traficantes brasileiros passaram a controlar o tráfico no Paraguai, comprando fazendas para
descer com aviões com cocaína,
afirmou Acevedo à Folha. "[O Paraguai] é um paraíso para eles.
Aqui compram habeas corpus
preventivos [decisão da Justiça
que mantém acusados em liberdade]. Compraram juízes, policiais e fiscais", disse. "Eles têm
muito dinheiro. O tráfico aqui
[em Pedro Juan Caballero] movimenta US$ 20 milhões por mês."
Na semana passada, a Folha publicou que a cocaína chega ao Paraguai em aviões vindos da Colômbia, Peru e Bolívia. Do território paraguaio, a droga entra no
Brasil por terra para evitar a Lei
do Abate, que autoriza a FAB
(Força Aérea Brasileira) a derrubar aeronaves de traficantes.
O juiz e o governador confirmam que Veron planejava assassiná-los. "Ando com a escolta de
três policiais federais. Moro no
quartel do Exército que tem quatro militares de prontidão para
mim", afirmou Oliveira. Segundo
ele, Veron comanda ainda um
grupo de pistoleiros. "O dinheiro
pago pelos assassinatos é enviado
ao PCC em São Paulo", disse.
A reportagem não localizou os
advogados de Veron. No Tribunal
de Justiça de Mato Grosso do Sul,
há um processo contra ele por homicídio. Não constam, porém,
nomes de advogados de defesa.
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