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EDUCAÇÃO
Municípios avaliarão escolas, que podem perder o credenciamento; funcionários terão de ter especialização
Conselho cria o "provão" da pré-escola
ANTÔNIO GOIS
da Reportagem Local
A Câmara de Educação Básica
do CNE (Conselho Nacional de
Educação) aprovou anteontem,
por unanimidade, o parecer de
número 4/ 2000, que estabelece
normas para funcionamento de
creches e pré-escolas.
Uma das principais mudanças é
que os municípios ficarão encarregados de avaliar os estabelecimentos de educação infantil (que
atende crianças de 0 a 6 anos).
Assim como acontece com os
cursos superiores no provão, as
creches e pré-escolas de todo o
país poderão ser descredenciadas
com base nessa avaliação.
Outra mudança aprovada pelo
CNE é a exigência de qualificação
para os professores e demais funcionários que lidam com crianças
em escolas de educação infantil.
"Hoje, é muito comum creches
e escolinhas empregarem professores leigos para apenas cuidar
das crianças. É preciso deixar claro que esse cuidado deve ser de
responsabilidade de profissionais
de educação qualificados para lidar com crianças na faixa etária
de 0 a 6 anos", afirma a conselheira do CNE Regina de Assis, que
fez o parecer.
De acordo com Regina, o índice
de professores leigos que trabalham em creches e pré-escolas
chega a 40% em todo o país.
A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, aprovada em 1996, já
exigia que todos os professores do
Brasil tivessem curso superior.
O parecer vai além e exige pelo
menos o diploma de ensino fundamental também de cozinheiros, faxineiros, porteiros e outros
profissionais que trabalham com
crianças nas escolas.
"O ideal é que todos os profissionais fossem preparados para
lidar com crianças. Um enfermeiro, por exemplo, poderia ter um
curso técnico especializado para o
trabalho em educação infantil. O
parecer garante, pelo menos, que
eles tenham um mínimo de formação", afirma Regina.
Essas mudanças presentes no
parecer são normativas, ou seja,
devem ser usadas como base para
a avaliação. O parecer passará a
valer assim que for homologado
pelo Ministério da Educação e publicado em Diário Oficial.
As datas e critérios mais específicos deverão ser estabelecidos
pelos Estados e municípios. "Não
dá para colocar todos os pontos
do parecer em prática de uma hora para outra. É por isso que deixamos a cargo dos municípios e
Estados estabelecer os prazos para que as mudanças sejam colocadas em prática", afirma a professora Regina de Assis.
Os detalhes do parecer serão debatidos também a partir da quinta-feira da semana que vem, em
seminário a ser realizado em Curitiba, que reunirá representantes
de todos os fóruns de educação
infantil do Brasil.
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