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AMBIENTE
Avaliação anual é considerada fundamental para reduzir os níveis de poluição atmosférica causada por veículos
Inspeção de carros só começa em 2003
DA REPORTAGEM LOCAL
Fundamental para reduzir os
níveis de poluição atmosférica
nos grandes centros urbanos, a
inspeção ambiental de veículos,
que deveria começar em meados
deste ano, só vai sair do papel em
2003 em quase todos os Estados
brasileiros, incluindo São Paulo.
Só o Rio de Janeiro já tem um
programa, conforme determinam duas resoluções do Conama
-uma de 1995 e outra de 1999.
Entre os benefícios da inspeção,
segundo a Secretaria de Estado do
Meio Ambiente de São Paulo, estão a redução de até 70% na emissão de poluentes e de 3,5% nos
gastos com combustível. A verificação será anual e pré-requisito
para o licenciamento do carro.
A responsabilidade pela implantação é dos governos estaduais, exceto na cidade de São
Paulo, que tem mais de 3 milhões
de carros circulando (são cerca de
5,5 milhões), onde fica a cargo da
Secretaria Municipal do Meio
Ambiente (SMMA). O não-cumprimento do prazo para início da
inspeção não acarreta sanções.
A justificativa para o atraso, de
um modo geral, é a dificuldade
para montar e organizar a estrutura necessária, diz Marcio Beraldo, coordenador do Proconve
(Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores). Instituído em 86 pelo Conama, o programa estabelece limites para emissão de poluentes.
No município de São Paulo, a
questão, entretanto, foi outra. O
consórcio Controlar, liderado pela Vega (uma das grandes empreiteiras do lixo na cidade), ganhou
uma licitação lançada em 1995, na
gestão Paulo Maluf (PPB), mas
que foi questionada na Justiça pelo PNBE (Pensamento Nacional
das Bases Empresariais).
No ano passado, a atual gestão
da petista Marta Suplicy ganhou a
causa em última instância, o que
significa que a licitação está mantida. Um novo problema, porém,
impediu o início da inspeção: o
Detran de São Paulo lançou uma
promoção, dando desconto para
quem adiantasse o pagamento do
licenciamento do carro.
A mudança no calendário mensal do licenciamento tornou inviável economicamente a inspeção, afirma a secretária municipal
do Meio Ambiente, Stela Goldenstein, já que muitos motoristas devem antecipar o pagamento
da taxa, e não haverá como cobrar
a inspeção ambiental mais tarde.
A licitação em nível estadual já
está lançada, mas não deve tramitar sem tropeços, na avaliação do
secretário de Estado do Meio Ambiente, José Goldemberg, que diz
esperar contestações judiciais.
A inspeção ambiental veicular
deverá movimentar anualmente
cerca de R$ 165 milhões na cidade
de São Paulo e até R$ 350 milhões
no resto do Estado.
Mais estações
Uma das "sugestões" feitas pela
pesquisa da USP sobre o transporte da poluição atmosférica pelos ventos, porém, já é um projeto
da Cetesb (agência ambiental do
governo paulista): mais oito estações de medição da qualidade do
ar devem ser instaladas fora da capital nos próximos três anos.
A Cetesb já tem, na região metropolitana de São Paulo e ABC,
23 estações que medem a qualidade do ar em geral. Dez dessas avaliam também os níveis de ozônio.
Existem mais duas em Cubatão
(Baixada) e quatro espalhadas
por cidades do interior.
(MARIANA VIVEIROS)
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